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Portugueses perdem poder de compra de 2003 a 2005

Os salários reais, ou seja, os salários ajustados à inflação por forma a obter-se uma indicação do seu poder de compra, deverão cair este ano 0,7%, estima a Comissão Europeia (CE) nas suas projecções de Outono.

04 de Novembro de 2003 às 08:49
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Os salários reais, ou seja, os salários ajustados à inflação por forma a obter-se uma indicação do seu poder de compra, deverão cair este ano 0,7%, estima a Comissão Europeia (CE) nas suas projecções de Outono.

A tendência negativa deverá prolongar-se no próximo ano, com uma queda de 0,2%. Em 2005 – último ano das mais recentes previsões – os salários limitar-se-ão a manter o seu valor, com os ganhos nominais a acompanharem apenas os aumentos de preços.

Os números avançados recentemente por Bruxelas são mais negativos do que os publicitados na Primavera. No seu exercício previsional anterior, a CE projectara para este ano apenas uma queda de 0,3% nos salários reais, com uma variação nula no próximo ano, sugerindo a tendência que haveria já ganhos efectivos em 2005.

As mais recentes revisões em baixa nas perspectivas salariais para 2003 – um corte de 0,4 pontos percentuais – ficam a dever-se em partes iguais a uma revisão em alta da inflação e a uma redução nas perspectivas de aumento nominal dos salários. Para o próximo ano, o corte de 0,3 pontos é inteiramente explicado por uma revisão em alta da inflação prevista.

De acordo com a CE, o ajustamento salarial no rescaldo desta recessão será mais prolongado no tempo e mais profundo do que no período recessivo anterior, embora esteja longe dos rigores que marcaram a crise de 1983/84.

Na recessão de há dez anos atrás, os salários reais caíram 0,9% em 1993, ano em que o PIB regrediu 2%. No ano seguinte, já os aumentos nominais acompanharam a inflação. Em 1995 as perdas da crise foram imediatamente recuperadas, e com um elevado “bónus adicional”. Nesse ano, os salários reais aumentaram 11,5%, a taxa de crescimento mais elevada de toda a década.

Feito o balanço, ao longo dos três anos que incluíram o ano da contracção da produção e dos salários, e os dois anos seguintes até 1995, os ganhos líquidos acabaram por somar 10,5%. De acordo com a CE, agora não só haverá dois anos seguidos de perda de poder de compra, como no final de 2005, ou seja, dois anos após a recessão propriamente dita, o balanço mantém a evolução salarial no vermelho, com perdas acumuladas de 0,9%.

Mas não é só ao nível salarial que a dureza do ajustamento afectará mais profundamente o mercado de trabalho do que há dez anos. Também o desemprego será maior. Para este ano, a CE projecta uma taxa de desemprego de 6,6%, um ponto acima da registada em 1993. Para o ano, a taxa de desemprego subirá para 7,2% e em 2005 manterá a tendência de agravamento, embora residual, aumentando para 7,3%, o máximo do ciclo anterior.

O rendimento disponível das famílias deverá aumentar cerca de 0,5% ao ano até 2005, por efeito dos aumentos nas pensões mínimas, diz a CE.

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