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Tecnologia que protege infraestruturas críticas em eventos extremos testada em Gaia e Guimarães

As universidades do Minho e de Coimbra associaram-se à empresa PH Informática para criar um sistema inteligente de proteção e gestão de infraestruturas críticas urbanas perante eventos extremos, como cheias, fogos, sismos, atentados e acidentes industriais ou nucleares.

31 de Março de 2022 às 10:46
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Chama-se InfraCrit e está já em testes em Guimarães e Gaia, contando até setembro com 725 mil euros.

Cofinanciado pelo Portugal 2020/FEDER, trata-se de um projeto que visa criar um sistema inteligente de proteção e gestão de infraestruturas críticas urbanas perante eventos extremos, como cheias, fogos, sismos, atentados e acidentes industriais ou nucleares.

 

"O objetivo é salvaguardar sistemas de saúde, de energia, de transporte, de telecomunicações e de distribuição, entre outros, procurando minimizar perdas humanas e materiais, tensões e gastos acrescidos em todo o mundo", explicam, em comunicado, as universidades do Minho e de Coimbra, que se associaram à empresa PH Informática no desenvolvimento do InfraCrit, projeto que contou com o apoio da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) em fase de candidatura.

 

"Esta inovação vai gerir infraestruturas chave segundo índices de criticidade, evolução temporal e avaliação dos impactos, além de simular sinistros graves de origem natural ou humana, permitindo estabelecer agilmente medidas de previsão, mitigação, atuação e aumento de redundância naquelas infraestruturas", detalha José Campos e Matos, professor da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e investigador do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas (ISISE).

 

De acordo com o consórcio promotor do InfraCriti, este projeto teve início em 2019 com a conceção da arquitetura da plataforma, seguiu-se a integração de módulos para os diferentes eventos extremos, incluindo contextos ciberfísicos, decorrendo agora a fase-piloto de validação nas cidades de Guimarães e Gaia, "devido à sua vulnerabilidade a incêndios e a cheias, respetivamente".

 

Campos e Matos realça que "o bem-estar de uma sociedade é, em grande medida, reflexo do melhor ou pior desempenho das suas infraestruturas críticas nos diversos setores de atividade", sublinhando que, "em geral, ainda não é possível protegermos de forma eficiente, colaborativa e sistemática estas infraestruturas face a uma possível intempérie ou catástrofe, mas estamos a fazer esse caminho".

 

Para este responsável académico, "o efeito desta nova tecnologia não é o incremento de faturação que pode induzir noutras empresas ou fornecedores de serviços, mas antes a redução de custos e prejuízos resultantes da gestão eficaz de antecipação e prevenção".

 

"A destruição parcial ou total de infraestruturas resulta na maioria dos casos na perda de vidas humanas, a pior consequência de um incidente, mas também em prejuízos materiais, desde redes de transporte (aéreos, rodoviários, ferroviários e marítimos), de energia (elétrica, eólica, hídrica, refinarias, centrais nucleares), de tecnologia (internet, centros informáticos, software) ou sociais (edifícios culturais, comerciais, desportivos, financeiros), gerando assim tensões sociais e mais despesa para o Estado e os privados", clarifica José Campos e Matos.

 

Daí que o InfraCrit traga, por isso, "externalidades positivas e criação de valor para as entidades que utilizarem essa ferramenta", conclui.  

 

Este projeto científico envolve o Departamento de Investigação & Inovação da PH Informática e Microssistemas, o Grupo de Estruturas Históricas e de Alvenaria do ISISE-UMinho e o Grupo de Engenharia de Software e Sistemas do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra.

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