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Portugal tem maior quebra de poupanças entre principais economias europeias

No arranque do ano, apenas as famílias portuguesas viram o rendimento bruto disponível cair, indica o Eurostat.

As famílias reduziram o consumo no final do ano passado com o peso da inflação a ter impacto nas decisões dos consumidores.
Mariline Alves
27 de Julho de 2023 às 11:20
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Portugal protagonizou, no primeiro trimestre deste ano, a maior quebra da taxa de poupança das famílias no grupo das principais economias da União Europeia (UE), mostram nesta quinta-feira novos dados do Eurostat.

 

A relação das contas das famílias europeias no arranque deste ano aponta para uma descida em cadeia de 1,2 pontos percentuais na taxa de poupança face ao trimestre final de 2022. É a maior do bloco numa análise que tem em conta apenas 15 Estados-membros e exclui o conjunto de países com menos peso no PIB da UE.

 

Os dados comparados para a evolução das contas nacionais do primeiro trimestre entre o sector das famílias indicam que, além de Portugal, outros sete países registaram quebras na capacidade de aforro das populações: República Checa, França, Polónia, Países Baixos, Finlândia, Alemanha e Suécia.

 

Em sentido contrário, Hungria, Dinamarca, Bélgica, Espanha, Itália, Irlanda e Áustria registaram melhorias na taxa de poupança, permitindo que na média do bloco a taxa de poupança subisse 0,6 pontos percentuais (0,2 pontos percentuais de subida na Zona Euro), para os  13,3% (14% na Zona Euro).

 

A pior evolução portuguesa na percentagem de rendimento mantido pelas famílias após o consumo ocorreu depois de Portugal ter sido, no grupo considerado pelo Eurostat, o único país a experienciar uma quebra trimestral no rendimento bruto disponível, em 0,3%.

 

Os restantes países observaram subidas entre 1,1% (Alemanha) e 6,2% (Hungria), com o crescimento médio para as famílias europeias a ser de 2,6% (0,5% em termos reais), mas menor, de 1,9% (0,1% em termos reais), entre os Estados-membros que usam a moeda única.

 

Os dados do Eurostat não dão conta, nesta publicação, da evolução real dos rendimentos por país no primeiro trimestre.

 

Apesar da quebra de rendimento, as famílias nacionais continuaram ainda assim a aumentar os gastos, com a despesa individual de consumo a avançar 1% em cadeia no primeiro trimestre.

 

Na média do euro, e do bloco, a subida foi de 1,8%.

 

Neste cenário, as famílias portuguesas registam também uma das maiores descidas no investimento (essencialmente, em habitação) do bloco europeu. A taxa de investimento recuou 0,4 pontos percentuais face ao final do ano passado, sendo a quebra apenas maior na Dinamarca (-1,1 pontos percentuais) e na Irlanda (menos 0,8 pontos percentuais).

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