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Portas avisa para "tenaz virtual" contra AD que quer perpetuar PS no poder

O antigo líder do CDS-PP discursou este domingo na "Convenção por Portugal", a iniciativa da coligação Aliança Democrática com vista às eleições de 10 de março.

25º Paulo Portas, 224 notícias - Deixou a liderança do CDS em Março, masPaulo Portas continuou a ser notícia, sobretudo devido aos cargos que ocupou no sector privado
21 de Janeiro de 2024 às 13:58
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O antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas avisou este domingo que "há uma tenaz virtual" contra a AD, que tem como "único objetivo perpetuar o PS no poder".

Na intervenção até agora mais aplaudida da convenção da AD, o ex-líder do CDS-PP nunca se referiu explicitamente ao Chega, mas pediu aos eleitores que tenham "tentações populistas" para que "tenham cuidado" com os exemplos do que estes movimentos e políticos fizeram quando chegaram ao poder, como o Brexit ou o assalto ao Capitólio nos Estados Unidos.

"Como já todos notámos, anda por aí uma tenaz virtual a que querem submeter a coligação: esta eleição disputar-se-ia entre um PS supostamente reinventado e um populismo supostamente interessante. Essa tenaz virtual tem um único objetivo: perpetuar o PS no poder", acusou.

Para o ex-líder do CDS-PP, "os dois polos beneficiam mutuamente desta tenaz virtual" e deixou a receita para a AD se libertar dela.

"Eu sugiro, como aliás tem sido feito, que a coligação oponha a essa tenaz virtual a bipolarização entre dois projetos de Governo, a bipolarização nunca foi radicalização, mas a clarificação de opções, porque há dois modelos para governar Portugal e um está muito deteriorado", afirmou.

Paulo Portas deixou ainda um conselho aos eleitores que tenham "tentações populistas" para que meditem não entre opiniões, mas entre "factos que aconteceram".

"Lembrem-se do Brexit, foram os populistas que levaram à decisão de que os britânicos estão arrependidos e que fez o Reino Unido perder investimento, exportações, acordos comerciais", disse.

Como outros exemplos a não seguir, deixou o assalto ao Capitólio nos Estados Unidos a 06 de janeiro ou o negacionismo da pandemia no Brasil, que fez mais de 600 mil mortos.

"Tomem cuidado, problemas complexos não se resolvem com 142 carateres (...) Tomem cuidado com os que desdizem, desprezam e insultam o trabalho a da ciência e dos cientistas", pediu.

Uma "cura de oposição" para o PS

Paulo Portas avisou ainda que as legislativas de 10 de março ainda não estão decididas, alertando para "muita desesperança", e pediu uma "cura de oposição" para o PS, e que a AD vença "com margem".

"A 10 de março, a AD deve vencer, deve vencer com margem, o PS deve ir para a oposição, será bom para Portugal e para o próprio PS ter uma cura de oposição. Portugal deve ter um novo governo e esse governo deve ser um governo de mudança", apelou.

No entanto, o atual comentador televisivo avisou que "a eleição ainda não está decidida".

"Há muita desinformação, há muita manipulação, muita confusão e há na sociedade portuguesa margens importantes de desesperança", avisou.

No início da sua intervenção, avisou que falaria sobretudo para os indecisos, dando-lhes "razões e não chavões" para votarem AD e salientando não confundir os eleitores com os líderes partidários que possam criticar.

"A meu ver, a principal missão da AD até 10 de março é dar garantias a quem ainda tenha receios, substituir o ressentimento e desesperança por dar uma oportunidade à mudança e não deixar prevalecer a resignação com o que temos e que não é bom", disse.

Críticas a Pedro Nuno Santos

Paulo Portas considerou também, sobre o secretário-geral do PS, que um político que revela "tanta leviandade" nos setores que tutelou e "tanta amnésia" nas decisões "não é o mais qualificado" para governar o país.

O antigo líder do CDS-PP considerou que Pedro Nuno Santos como ministro "não mostrou preparação e revelou várias vezes impulsividade", e questionou "o que seria como primeiro-ministro". "Um político que revela tanta leviandade política nos setores que tutelou e tanta amnésia nas decisões que tomou não é o mais qualificado para chefiar o governo de Portugal", defendeu.

Num discurso de meia hora, Paulo Portas deixou uma reflexão: "Se António Costa teve um problema quando recebeu a maioria absoluta - não conseguir recrutar gente competente, salvo exceções, na sociedade civil, na universidade ou nas empresas - e ter de fazer um governo essencialmente de 'apparatchiks', imaginem o que aconteceria se Pedro Nuno Santos recebesse um mandato para governar".

O antigo vice-primeiro-ministro defendeu também que "ou a AD ganha e faz um governo de mudança, ou o que teremos não é uma repetição do PS, mas sim uma repetição da geringonça com um primeiro-ministro inexperiente, mais esquerdista, e com o BE e o PCP sentados no Conselho de Ministros".

Paulo Portas alertou igualmente que um próximo executivo do PS encabeçado por Pedro Nuno Santos seria "o governo mais radicalizado desde 1976".

Na sua intervenção, Portas quis também responder à frase do ainda primeiro-ministro, António Costa, que defendeu que "só o PS pode fazer melhor do que o PS". "Perdão? Só o PS, em particular este PS, pode fazer pior do que o PS", sustentou.

O antigo presidente do CDS-PP afirmou também que "existe uma ameaça de moção de rejeição a um Governo da AD", numa referência ao Chega.

"Quer dizer que num daqueles delírios frequentes da política portuguesa, o partido proponente, que até se diz de direita pede votos ao PS, BE, PCP, PAN e Livre para derrubar a AD e criar um caos político", declarou, sustentando que os eleitores devem ter isto em conta quando fizerem a sua escolha nas eleições legislativas de 10 de março.

Notícia atualizada às 14:57
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