Notícia
Plano de austeridade irlandês vai ser "doloroso" mas era "inevitável"
Economistas e analistas não têm dúvidas: o plano de austeridade apresentado pelo hoje Governo irlandês é "duro" e vai ter consequências dolorosas para o país. Todos concordam que as expectativas de crescimento são demasiado optimistas.
24 de Novembro de 2010 às 17:12
O Governo irlandês apresentou esta tarde o plano de austeridade para os próximos quatro anos, que prevê a redução dos gastos públicos em 15 mil milhões de euros e visa chegar a 2014 com um défice orçamental de 3% do produto interno bruto.
James Nixon, economista-chefe para a Europa do Société Généralé, afirma que o plano de austeridade é "incrível", os cortes são "profundos" e vão doer.
O plano de austeridade está avaliado em 15 mil milhões de euros, com dois terços (10 mil milhões de euros) a serem aplicados com medidas do lado da despesa e o restante um terço (5 mil milhões de euros) com aumento das receitas.
O economista-chefe do grupo de serviços financeiros Friends First defende que o "grande desafio" vai ser aplicar o plano de austeridade. "Vai ser difícil, vai ser doloroso mas não há alternativa", afirma Jim Power.
O economista alerta, no entanto, que "será muito perigoso retirar 15 mil milhões de euros de uma economia em recessão".
Apesar da crise económica e financeira, o país atravessa também uma crise política, que se acentuou após o governo ter aceite a ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional no passado domingo.
O primeiro-ministro irlandês já anunciou que vai dissolver o parlamento, assim que o Orçamento do Estado seja aprovado, e convocar eleições para 2011.
Melanie Bowler, da Moody's Analytics, destaca precisamente esta crise política e afirma que, apesar do plano, "a incerteza política continua a ser o principal problema aos olhos do mercado". Esta crise "precisa de ser resolvida o mais rapidamente possível", defende Bowler, que, ainda assim, acredita que o plano de austeridade vai ser implementado.
Economistas duvidam das previsões de crescimento
O plano de austeridade irlandês é, no entender dos economistas, "optimista" em relação às previsões de crescimento económico.
O Executivo prevê um crescimento de 1,75% em 2011, 3,25% em 2012, 3% em 2013 e 2,75% em 2014, uma média de 2,7% no conjunto dos quatro anos.
"O governo espera que a economia cresça 2,7% durante os próximos quatro anos, mas é difícil perceber como é que isso vai acontecer", afirma James Nixon do banco francês Société Généralé.
No entanto, o Governo acredita que mesmo que o consumo privado "continue a ser fraco" durante os próximos anos, "é razoável esperar que as exportações – o principal impulsionador do crescimento irlandês – beneficiem de uma recuperação na competitividade, que já foi evidente este ano".
James Nixon, economista-chefe para a Europa do Société Généralé, afirma que o plano de austeridade é "incrível", os cortes são "profundos" e vão doer.
O economista-chefe do grupo de serviços financeiros Friends First defende que o "grande desafio" vai ser aplicar o plano de austeridade. "Vai ser difícil, vai ser doloroso mas não há alternativa", afirma Jim Power.
O economista alerta, no entanto, que "será muito perigoso retirar 15 mil milhões de euros de uma economia em recessão".
Apesar da crise económica e financeira, o país atravessa também uma crise política, que se acentuou após o governo ter aceite a ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional no passado domingo.
O primeiro-ministro irlandês já anunciou que vai dissolver o parlamento, assim que o Orçamento do Estado seja aprovado, e convocar eleições para 2011.
Melanie Bowler, da Moody's Analytics, destaca precisamente esta crise política e afirma que, apesar do plano, "a incerteza política continua a ser o principal problema aos olhos do mercado". Esta crise "precisa de ser resolvida o mais rapidamente possível", defende Bowler, que, ainda assim, acredita que o plano de austeridade vai ser implementado.
Economistas duvidam das previsões de crescimento
O plano de austeridade irlandês é, no entender dos economistas, "optimista" em relação às previsões de crescimento económico.
O Executivo prevê um crescimento de 1,75% em 2011, 3,25% em 2012, 3% em 2013 e 2,75% em 2014, uma média de 2,7% no conjunto dos quatro anos.
"O governo espera que a economia cresça 2,7% durante os próximos quatro anos, mas é difícil perceber como é que isso vai acontecer", afirma James Nixon do banco francês Société Généralé.
No entanto, o Governo acredita que mesmo que o consumo privado "continue a ser fraco" durante os próximos anos, "é razoável esperar que as exportações – o principal impulsionador do crescimento irlandês – beneficiem de uma recuperação na competitividade, que já foi evidente este ano".