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PIB dos EUA travou para crescimento de 2,3% em 2019, o ritmo mais baixo de Trump

A economia norte-americana cresceu 2,3% em 2019, desacelerando face ao crescimento de 2,9% em 2018. No final de 2019 foi a redução do défice comercial a dar um contributo positivo para o PIB.

EPA
30 de Janeiro de 2020 às 14:51
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O PIB dos Estados Unidos desacelerou de um crescimento de 2,9% em 2018 para 2,3% em 2019, segundo a primeira estimativa divulgada esta quinta-feira, 30 de janeiro. Este é a taxa de crescimento mais baixa da presidência de Donald Trump.

A mais longa expansão económica da história norte-americana continuou em 2019, levando o PIB para os 21,43 biliões de dólares a preços correntes. O investimento, o consumo público e o consumo privado deram contributos positivos ao passo que o investimento no imobiliário deu um contributo negativo assim como a procura externa líquida (exportações descontadas das importações).

Face a 2018, a economia viu o investimento, o consumo privado e as exportações a desacelerar num ano marcado pela incerteza nas trocas comerciais dado o conflito com a China. A imposição de tarifas levou ao aumento do preço dos bens, o que tem impacto no consumo privado, e ao adiamento de decisões de investimento dada a instabilidade internacional. 

Esses efeitos foram parcialmente compensados pela aceleração da despesa pública, seja ao nível local seja ao nível federal, uma tendência que deverá continuar dado que os técnicos do congresso norte-americano estimam um défice de um bilião de dólares para 2020, um patamar que é alcançado pela primeira vez desde 2012. Além disso, as importações aumentaram menos em 2019 do que em 2018. 

Este é o menor crescimento da presidência de Donald Trump, além de ficar abaixo dos 3% que a Casa Branca prometeu. A mesma promessa foi feita para 2020 pelo seu conselheiro económico, Lawrence Kudlow. Em 2017, o primeiro ano de Trump, a economia cresceu 2,4%. 

Quarto trimestre beneficiado pelo encolher do défice comercial
No quarto trimestre de 2019, o PIB cresceu 2,1%, em termos homólogos, mantendo a taxa de crescimento do terceiro trimestre. Este número fica acima dos 2% estimados por um painel de economistas consultados pela Bloomberg. 

Tanto o consumo privado - que cresceu 1,8% - como o investimento continuaram em desaceleração. O investimento exceto imobiliário caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, o maior ciclo de quedas desde a crise financeira.

Exemplo de investimentos adiados é a suspensão da produção do Boeing 737 Max que deverá continuar a pesar na economia durante o primeiro semestre deste ano. Uma paragem dos trabalhadores da General Motors no final do ano também deu um contributo negativo. 

Por outro lado, foi o encolhimento do défice comercial - um dos principais objetivos do conflito comercial dos EUA contra a China - e o maior investimento em construção que ajudaram a manter o crescimento da economia em 2019.

Contudo, os sinais para o arranque de 2020 não são animadores. Os economistas esperam que o crescimento continue a travar este ano dado que os efeitos expansionistas do corte de impostos deverão atenuar-se. Segundo a Bloomberg, um dos indicadores sobre a procura subjacente cresceu ao ritmo mais baixo do ano.

A segunda estimativa será divulgada a 27 de fevereiro.
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