Notícia
Parlamento alemão aprova empréstimo a Portugal por larga maioria
O parlamento alemão (Bundestag) aprovou hoje a concessão do empréstimo de 78 mil milhões de euros da União Europeia e do FMI a Portugal, após um debate em que só os neocomunistas preconizaram uma solução diferente.
12 de Maio de 2011 às 10:28
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Schaeuble lembrou que os dois maiores partidos da oposição em Portugal, PSD e CDS-PP, se comprometeram com o pacote de medidas de austeridade negociado entre o Governo de gestão de José Sócrates e a chamada 'troika', lembrando que este implica cortes equivalentes a cinco por cento do Produto Interno Bruto Português (PIB).
Schaeuble mostrou-se ainda convicto de que a ajuda externa surtirá efeito, e "permitirá a Portugal, a prazo", voltar a obter refinanciamentos nos mercados de capitais.
Os social democratas, maior força da oposição, manifestaram-se igualmente a favor da assistência a Portugal, advertindo, no entanto, para o risco de a opinião pública "pensar que se está a ajudar os bancos, e não as pessoas".
"A solidariedade europeia tem de implicar também o comprometimento dos mercados", afirmou o líder parlamentar do SPD, Frank-Walter Steinmeier, voltando a defender a introdução de um imposto sobre transacções financeiras.
Em nome dos liberais (FDP), outro partido do governo de Angela Merkel, Oliver Luksic afirmou que o programa de ajustamento "é ambicioso, para que o país possa voltar a ser financeiramente autónomo", admitindo também que Portugal, para obter a ajuda, "teve de abdicar parcialmente da sua soberania".
O representante dos comunistas renovadores (Die Linke), Gregor Gysi, destoou do tom geral, acusando a UE e o FMI de adoptarem em Portugal "a mesma solução que aplicaram à Grécia e fracassou, e por isso as coisas não vão correr bem".
Gysi exigiu um Plano Marschall (com o qual os americanos ajudaram a Alemanha, sem contrapartidas, a recuperar a sua economia, após da II Guerra Mundial) para Portugal, e disse ainda que os juros do empréstimo a conceder ao país pela UE e pelo FMI têm de ser mais baixos.
Juergen Trittin, dos Verdes, defendeu igualmente juros mais baixos da UE para a ajuda externa a Portugal. "É justo ajudar Portugal, mas obrigar o país a pagar juros tão altos pelo empréstimo só o prejudica", disse o deputado ambientalista.