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Parlamento alemão aprova empréstimo a Portugal por larga maioria

O parlamento alemão (Bundestag) aprovou hoje a concessão do empréstimo de 78 mil milhões de euros da União Europeia e do FMI a Portugal, após um debate em que só os neocomunistas preconizaram uma solução diferente.

12 de Maio de 2011 às 10:28
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A abrir os trabalhos, o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, tinha pedido o apoio dos deputados ao empréstimo de 78 mil milhões de euros a conceder a Portugal pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), considerando-o "justificado e correcto".

Schaeuble lembrou que os dois maiores partidos da oposição em Portugal, PSD e CDS-PP, se comprometeram com o pacote de medidas de austeridade negociado entre o Governo de gestão de José Sócrates e a chamada 'troika', lembrando que este implica cortes equivalentes a cinco por cento do Produto Interno Bruto Português (PIB).

O ministro alemão sublinhou ainda que Portugal levou a cabo "grandes esforços de consolidação orçamental, nos últimos meses", e lembrou que o memorando negociado com a Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu (BCE) inclui a flexibilização do mercado de trabalho, uma velha recomendação de Berlim a Lisboa.

Schaeuble mostrou-se ainda convicto de que a ajuda externa surtirá efeito, e "permitirá a Portugal, a prazo", voltar a obter refinanciamentos nos mercados de capitais.

Os social democratas, maior força da oposição, manifestaram-se igualmente a favor da assistência a Portugal, advertindo, no entanto, para o risco de a opinião pública "pensar que se está a ajudar os bancos, e não as pessoas".

"A solidariedade europeia tem de implicar também o comprometimento dos mercados", afirmou o líder parlamentar do SPD, Frank-Walter Steinmeier, voltando a defender a introdução de um imposto sobre transacções financeiras.

Em nome dos liberais (FDP), outro partido do governo de Angela Merkel, Oliver Luksic afirmou que o programa de ajustamento "é ambicioso, para que o país possa voltar a ser financeiramente autónomo", admitindo também que Portugal, para obter a ajuda, "teve de abdicar parcialmente da sua soberania".

O representante dos comunistas renovadores (Die Linke), Gregor Gysi, destoou do tom geral, acusando a UE e o FMI de adoptarem em Portugal "a mesma solução que aplicaram à Grécia e fracassou, e por isso as coisas não vão correr bem".

Gysi exigiu um Plano Marschall (com o qual os americanos ajudaram a Alemanha, sem contrapartidas, a recuperar a sua economia, após da II Guerra Mundial) para Portugal, e disse ainda que os juros do empréstimo a conceder ao país pela UE e pelo FMI têm de ser mais baixos.

Juergen Trittin, dos Verdes, defendeu igualmente juros mais baixos da UE para a ajuda externa a Portugal. "É justo ajudar Portugal, mas obrigar o país a pagar juros tão altos pelo empréstimo só o prejudica", disse o deputado ambientalista.

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