"A situação estava aparentemente calma. Mas ouviram-se quatro ou cinco tiros para o ar", disse à Agência Lusa Vanda Gaspar, uma turista portuguesa que chegou na quinta-feira a Barcelona e está hoje de manhã na Praça da Catalunha.

"É uma situação tensa. Os manifestantes estão sentados no chão. Há centenas de pessoas e a praça está rodeada pela polícia", contou.

Durante o telefonema com a Lusa foi possível ouvir os disparos que precederam uma carga policial contra os manifestantes.

"Muitos levantaram-se quando começaram os disparos, com as mãos no ar", disse.

A turista explicou que quando chegou ao local a situação era "calma", com muitos manifestantes "sentados no chão" e uma forte presença policial, que se mantém desde que ao início da manhã começou uma operação de limpeza da praça.

O acampamento, disse Vanda Gaspar, está já mais pequeno do que na noite de quinta-feira, quando visitou inicialmente a praça, com os manifestantes a procurarem travar a entrada e saída dos camiões de limpeza.

"Ouvem-se gritos e insultos à polícia quando os camiões tentam passar. Há muitos manifestantes sentados no chão", acrescentou.

Cerca das 11h00 locais, menos uma hora em Lisboa, a situação na Praça era quase de batalha campal, com a polícia a carregar contra os manifestantes, apanhando até alguns dos jornalistas que estavam no local em reportagem.

Os manifestantes, que dizem estar a fazer "resistência pacífica", permaneceram sentados no chão ou em pé, com as mãos no ar, recebendo bastonadas de agentes policiais.

Essa terceira carga policial, depois de duas anteriores, causou vários feridos, que se somam a pelo menos 14 feridos ligeiros, incluindo um polícia, que se tinham registado no início das operações de limpeza da Praça da Catalunha no centro de Barcelona (nordeste de Espanha).

Alguns grupos isolados procuraram resistir à polícia unindo os braços e dando as mãos, ao que a polícia respondeu com golpes de bastão.

Toda a situação está a ser acompanhada por um helicóptero da polícia.

Desde o início da manhã dezenas de agentes policiais foram destacados para garantir a segurança de equipas de limpeza que estão a retirar parte do material usado pelos manifestantes, no âmbito dos protestos Democracia Real Já.

Os problemas começaram quando um grupo de manifestantes recusou a passagem dos camiões de limpeza. Alguns manifestantes furaram os pneus dos veículos para impedir que retirassem a pequena 'cidade' improvisada na praça, onde na última semana estiveram acampadas centenas de pessoas.