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ONU pede que acordo sobre cereais ucranianos seja prorrogado por um ano

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários sublinhou esta segunda-feira que "retirar adubos e cereais da Rússia é da maior importância para os agricultores decidirem se plantam ou não".

Getty Images
10 de Outubro de 2022 às 15:10
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O chefe da agência humanitária da ONU pediu esta segunda-feira que seja prorrogado por um ano o acordo sobre as exportações ucranianas de cereais, há quatro meses em funcionamento, e que termina em 22 de novembro.

Martin Griffiths, que é um dos funcionários da ONU envolvidos nas negociações convocadas para esta segunda-feira, disse aos jornalistas em Genebra que estar "razoavelmente confiante" de que o acordo seria renovado.

"Gostaríamos que fosse renovado e talvez até alargado para incluir mais fertilizantes", disse, quando foi questionado sobre as negociações.

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários apelou à renovação do acordo "para além do ciclo de quatro meses" afirmando que é preciso "vê-lo renovado por um ano (...) até a próxima colheita.

Dois acordos foram assinados em 22 de julho sob a égide da ONU, um primeiro, denominado "Iniciativa dos Cereais do Mar Negro", que permite exportações de cereais ucranianos bloqueados pela guerra e um segundo que visa facilitar as exportações de alimentos e fertilizantes russos, apesar das sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia.

Mas a Rússia queixa-se de que não pode vender, apesar deste acordo, a sua produção de fertilizantes devido a estas sanções que afetam, em particular, os setores financeiro e logístico.

Griffiths sublinhou esta segunda-feira que "retirar adubos e cereais da Rússia é da maior importância para os agricultores decidirem se plantam ou não".

"Uma das preocupações que os nossos amigos ucranianos nos lembram é que os agricultores precisam de saber rapidamente se vale a pena plantar para o próximo ano", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e as suas equipas estão a trabalhar ativamente para alargar o acordo sobre a exportação de cereais na Ucrânia, de forma a garantir uma redução dos preços globais dos alimentos, disse na passada sexta-feira o seu porta-voz.

A mesma fonte revelou que Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD, a organização de comércio e desenvolvimento da ONU que participou nas negociações dos acordos, e Martin Griffiths devem viajar para Moscovo "dentro de cerca de uma semana para se encontrar com altos funcionários russos" sobre estas questões.

Estes acordos visam reduzir as tensões nos mercados alimentares e evitar que os países pobres enfrentem graves crises alimentares.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), os preços dos alimentos mundiais continuaram a descer em setembro pelo sexto mês consecutivo. Mas o índice de preços dos cereais da FAO subiu 1,5% em relação a agosto.

A Ucrânia e a Rússia são dos maiores produtores e exportadores de cereais e de fertilizantes do mundo, atividades que se viram abruptamente reduzidas desde que a 24 de fevereiro Moscovo lançou uma intervenção militar com ocupação de território ucranianos, que ainda persiste.
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