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Onde estavam há 20 anos estas personalidades?
Em 2017 são presença frequente na comunicação social. Muitos já tinham notoriedade há 20 anos e foram-na mantendo até aos dia de hoje, embora ocupando lugares diferentes. Outros eram ilustres desconhecidos. Fomos saber o que estavam a fazer em 1997, ano em que o Negócios nasceu na internet.
António Costa: Nasce um governante
"Não deve haver ninguém em Portugal que há mais anos exerça consecutivamente funções executivas do que eu", disse António Costa em Agosto, em entrevista ao semanário Expresso. E foi, precisamente, há 20 anos, dois dias depois do arranque do site do Jornal de Negócios, que António Costa chegava pela primeira vez a ministro de um governo. Até então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Costa é promovido a ministro da mesma pasta no quadro da remodelação governamental realizada por António Guterres, onde José Sócrates se tornou ministro do Ambiente, Jorge Coelho ministro da Administração Interna, ficando Pina Moura com a pasta da Economia. Esta remodelação ficou também marcada pela demissão de António Vitorino, então ministro da Defesa, na sequência de uma polémica em torno do pagamento da Sisa na compra de uma casa. Foi nos Assuntos Parlamentares que António Costa começou a construir a imagem do político diplomata e hábil negociador que o levaram em 2015 a criar o primeiro governo socialista apoiado pelo PCP e BE.
Marcelo Rebelo de Sousa: O líder do PSD
Quem tivesse aterrado em Portugal até ao início deste Verão pensaria que o Presidente da República vinha da mesma área política do Governo, tal era o "namoro" com o primeiro-ministro e o afastamento face ao líder da oposição. Mas há 20 anos - precisamente quando o Jornal de Negócios foi para a internet - Marcelo era o líder do PSD (e da oposição). O actual presidente exerceu essa função entre 1996 e 1999, quando António Guterres era primeiro-ministro. Nessa altura, Marcelo já era uma vedeta, mas na rádio. Entre 93 e 96 teve um programa na TSF onde dava notas. Enquanto líder do PSD comunicava bastante com a comunicação social e viabilizou três Orçamentos do Estado quando Portugal estava em processo de adesão ao euro. Hoje a vida de Marcelo é outra. É a primeira figura do Estado e apesar de não ter poder executivo influencia de forma determinante a acção do Governo. Durante anos, foi o comentador da TV mais mediático.
António Guterres: O político do diálogo
O então primeiro-ministro vivia ainda o "estado de graça", a meio da legislatura do governo socialista que pôs fim a 10 anos de "cavaquismo". A economia ia de vento em popa, com o PIB a caminho de crescer 4,4%. Chegou a São Bento com a Educação como "paixão", mas a política externa também corria de feição. Guterres já conseguira colocar Timor na agenda internacional. De início elogiada, até pelo contraste com Cavaco Silva, a aposta no diálogo foi depois apontada como factor imobilista e Guterres chamado de "picareta falante". Antes do "pântano" que levou à sua demissão, em 2001, Guterres foi (e mantém-se) o único primeiro-ministro a concluir uma legislatura na chefia de um Governo minoritário. Em 2005, a veia humanista leva-o à liderança do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, de onde saiu para liderar as Nações Unidas. "Fui acusado como primeiro-ministro por apostar demasiado no diálogo, algo que penso que seja uma qualidade como secretário-geral da ONU", diz.
Carlos Moedas: Ainda longe da política
Em Novembro de 1997, Carlos Moedas, então com 27 anos, era engenheiro. Quadro da Lyonnaise des Eaux, que é agora do grupo Suez, fazia "trabalho de engenharia na construção e operacionalização de estações de tratamento de águas", dividindo as semanas entre Orleães e Paris. À capital francesa tinha chegado no último ano do Instituto Superior Técnico para "fazer Erasmus". A história é resumida pelo assessor de imprensa, que garante que nessa altura não passava pela cabeça do actual comissário europeu construir uma carreira política. "De todo. Não tinha qualquer actividade partidária". A ideia só terá surgido depois do MBA em Harvard, das colaborações com a Goldman Sachs ou o Deutsche Bank e já de olhos postos em Lisboa, para onde voltou em 2008.
Mário Centeno: A estudar nos EUA
Vinte anos antes de ter dado luz verde ao orçamento que acaba com o corte de 10% no subsídio de desemprego - por iniciativa da esquerda e sem repor a sua duração - Mário Centeno estaria, aos 30 anos de idade, a preparar o doutoramento em Harvard. Que arranca com uma pergunta: pode o subsídio de desemprego ajudar um desempregado a encontrar um trabalho mais adequado, precisamente por lhe dar tempo para procurar? A biografia oficial não explica exactamente que caminhos terá percorrido entre 1995 e 2000, mas a tese publicada no final desse período revela que a resposta que encontrou foi positiva. "Existe alguma evidência de que subsídios de desemprego mais altos tendem a aumentar a duração dos empregos subsequentes", um efeito que será maior em períodos recessivos. "Harvard foi uma revolução na minha forma de ver a economia em quase tudo", disse, em 2015, à revista Visão. "Por vezes, a macroeconomia esquece que do outro lado estão as pessoas".
José Manuel Durão Barroso: Na reserva do PSD
Em 1997, José Manuel Durão Barroso estava na reserva do PSD. Sentava-se na Assembleia da República. Esperava pacientemente a sua hora. Marcelo Rebelo de Sousa liderava o partido, numa altura em que António Guterres governava. A sua carreira política fora sempre em crescendo: há muito que colocara o seu juvenil esquerdismo no baú. Aderira ao PSD em 1980 e o seu então amigo Pedro Santana Lopes insistira junto de Cavaco Silva nas suas qualidades. Nos governos deste teve vários cargos, nomeadamente na área externa, estando ligado aos Acordos de Bicesse de 1990, que trouxeram a paz a Angola. As suas boas relações com o MPLA nasceram ali. Em 1997, Durão Barroso ia amealhando prestígio com a sua paciência "chinesa". A sua hora só chegaria dois anos depois, quando Rebelo de Sousa deixaria a liderança do PSD. Só aí diria: "Tenho a certeza que serei primeiro-ministro, só não sei é quando". Acabaria por conseguir os seus intentos em 2002. Antes de dar um novo salto, em 2004, para a liderança da Comissão Europeia.
Carlos Costa: A apoiar Deus Pinheiro
Entre 1993 e 1999 Carlos Costa foi chefe de gabinete do então comissário europeu João de Deus Pinheiro que, em 1997, há 20 anos, tinha a seu cargo as relação da União Europeia com África, Caraíbas e Pacífico. Com a saída de Deus Pinheiro de Bruxelas, Carlos Costa também saiu da capital belga, onde viveu 13 anos, e veio para Lisboa, regressando ao sector bancário onde já tinha trabalhado nos anos 1980. Entre 2000 e 2004 foi director-geral do Millenium BCP; entre 2004 e 2006 foi administrador da Caixa Geral de Depósitos, onde assumiu responsabilidade por várias unidades do grupo, incluindo os negócios em Espanha. E entre 2006 e 2010 passou a ser um dos vice-presidentes do Banco Europeu de Investimentos (BEI), gerindo as operações de crédito com Portugal, Espanha, Bélgica, Luxemburgo, América Latina e Ásia. Em 2010 substituiu o Vítor Constâncio na liderança do Banco de Portugal, nomeado pelo PS. O seu mandato termina em 2020.
Gabriela Figueiredo Dias: A exercer advocacia
Gabriela Figueiredo Dias é, há pouco mais de um ano, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Um cargo ao qual chegou depois de dez anos no regulador do mercado de capitais. E, antes de chegar à CMVM para suceder a Carlos Tavares, entre 1998 e 2007, Gabriela Figueiredo Dias fez assessoria jurídica independente a empresas, consultoras e sociedades de advogados na área do direito das sociedades, direito financeiro, direito bancário, direito dos seguros, fundos de pensões e direito do mercado. Começou a sua actividade profissional na área da advocacia, em 1990. Trabalhou nos escritórios Rodrigo Santiago e Associados, Miguel Galvão Teles/Soares da Silva. Entre 1994 e 1997 trabalhava como independente nas áreas de fusões e aquisições, direito comercial, direito das sociedades e direito da Segurança Social. Paralelamente, entre 1997 e 1999, deu aulas no Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra.
Paulo Azevedo: De baixo até ao topo
A liberalização do mercado de telecomunicações aproximava-se. 1998 marca o arranque da Optimus, com Paulo Azevedo a liderar a operadora móvel da Sonae. No ano anterior ainda concluía o percurso, dentro da Sonae, de passagem pelas várias áreas de negócios. Em 1997 regista-se a sua passagem pelo negócio da distribuição, depois de ter estado na indústria e nas tecnologias de informação, por onde entrou no grupo então liderado pelo pai Belmiro. 10 anos nas telecomunicações, onde protagonizou aquela que poderia ter sido a maior operação do grupo - a OPA (Oferta Pública de Aquisição) sobre a PT, foram a rampa de lançamento para em 2007 ter assumido as funções que até aí tinham sido de Belmiro: a de presidente do grupo Sonae. Só mais tarde, passou a repartir a presidência executiva com Ângelo Paupério, assumindo, por outro lado, a posição de "chairman" do grupo.
Paula Amorim: A caminho da liderança
Com o 12.º ano e a frequência do curso de Gestão Imobiliária na Escola Superior de Actividades Imobiliárias, a filha mais velha do falecido Américo Amorim começou aos 19 anos a trabalhar no império empresarial do pai. Inicialmente focada nas áreas imobiliária, florestal e agrícola, em 1997 já desempenhava funções de topo nas empresas familiares. Paula Amorim, nascida em Janeiro de 1971, estava há dois anos casada com Rui Alegre (mentor dos "shoppings" Dolce Vita), de quem teve dois filhos. Divorciou-se em 2005, ano em que adquire a Fashion Clinic, uma rede de lojas que vende vestuário e artigos de luxo, a que juntou um luxuoso espaço de restauração em Lisboa - o JNcQuoi. Um conglomerado pessoal que tem como CEO Miguel Guedes de Sousa, com quem Paula se casou, com separação de bens, em Dezembro de 2012, oito meses depois de ter ascendido à vice-presidência da Galp Energia. Com a morte do pai, em Julho passado, Paula assumiu a liderança do grupo Amorim, que, além da Galp, detém activos como a Corticeira Amorim participações em bancos, agregando uma fortuna avaliada em cerca de quatro mil milhões de euros.
António Mexia: Da banca para a energia
Há 20 anos o presidente da EDP ainda estava afastado do sector energético, ocupando então o cargo de administrador do Banco Espírito Santo Investimento (BESI, hoje banco Haitong). Mas a partir daqui o seu percurso foi meteórico. Em 1998 entra no mundo da energia, através do gás natural, passando a ser presidente da Gás de Portugal e da Transgás. Em 2000, é nomeado vice-presidente da Galp, e apenas um ano mais tarde foi escolhido para presidir a petrolífera, quando o Estado ainda era accionista maioritário. Foi depois convidado em 2004 para integrar o Governo PSD/CDS como ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. A experiência política acaba em 2005 quando Jorge Sampaio demite Santana Lopes. Um ano mais tarde António Mexia é nomeado para presidente da EDP, onde está há 11 anos. O seu mandato termina no fim deste ano e resta saber se vai permanecer no cargo por mais três anos, tendo já demonstrado vontade de renovar contrato.
Rodrigo Costa: A lançar a Microsoft
O actual presidente da REN, Rodrigo Costa estava há 20 anos na subsidiária portuguesa da Microsoft. Foi, aliás, este gestor que lançou a gigante tecnológica em Portugal em 1990. Ao fim de 11 anos, segue, dentro da Microsoft, para o Brasil para assumir a direcção-geral da subsidiária nesse país, tendo-se lançado na reorganização dessa estrutura. Para trás deixou uma subsidiária em Portugal com 160 colaboradores e uma facturação anual de cerca de 90 milhões de euros. O percurso dentro da Microsoft ainda levou Rodrigo Costa a Seattle, à sede da empresa, onde assumiu, em 2002, a vice-presidência corporativa. Voltou a Portugal em 2006 para entrar na Portugal Telecom como administrador, onde lançou em 2007 o Meo dentro da PT Comunicações associado ao serviço de televisão. Nesse ano separou-se desse grupo para liderar a PT Multimédia, que foi destacada da PT e se tornou primeiro Zon e mais tarde Nos, com a fusão com a Optimus, na sequência da qual Rodrigo Costa saiu. Pouco depois foi para a REN.
Paulo Macedo: A dirigir no BCP
O cargo de direcção no Banco Comercial Português não era uma novidade para Paulo Macedo. Há quatro anos que estava na liderança de departamentos na instituição financeira então presidida por Jardim Gonçalves. Numa era em que a Europa se preparava para a moeda única, o gabinete do euro foi um dos que Macedo dirigiu, a par da direcção comercial de cartões de crédito e da unidade de marketing estratégico. Naquele ano de 1997 estava também num grupo de trabalho para a reavaliação dos benefícios fiscais, depois de ter participado num outro, da reforma fiscal. Mais de 10 anos depois de concluir a licenciatura em organização e gestão de empresas, Macedo dividia o tempo no BCP com a docência, sobretudo em matéria de fiscalidade - viria, depois, a dirigir a máquina fiscal. Mas o grupo bancário BCP foi aquele onde passou mais tempo, tendo chegado à administração em 2008. Contudo, foi na CGD que chegou a presidente, depois da passagem pelo Ministério da Saúde.
José Sócrates: A escalar no PS
Dez anos depois de ter sido eleito pela primeira vez deputado à Assembleia da República pelo círculo de Castelo Branco, José Sócrates, acabado de dobrar os 40 anos de idade, escala ao cargo de ministro. Foi há precisamente 20 anos, em Novembro de 1997 que tomou posse como ministro-adjunto de António Guterres, com as tutelas da toxicodependência, da juventude e do desporto, depois de ter estado dois anos como secretário de estado do Ambiente. De ministro adjunto passou a ministro do Ambiente e daí até ao mais alto cargo no seu partido, este engenheiro, que completou a licenciatura num domingo numa universidade privada, teve um percurso meteórico. Beneficiando da demissão de Guterres, da renúncia de Durão e da deposição de Santana, José Sócrates chegaria a primeiro-ministro oito anos depois. Agora, o "menino de ouro do PS", titulo de uma biografia da jornalista Eduarda Maio, encontra-se a braços com a Justiça, num processo inédito em que um antigo titular de um alto cargo público é acusado de corrupção.
António Vitorino: Vítima da Sisa
Há precisamente 20 anos, "o imposto mais estúpido do mundo" fazia mais uma vítima. Em Novembro de 1997 António Vitorino, à data ministro da defesa e braço direito de António Guterres anunciava a sua demissão do Governo, antecipando-se a uma notícia do jornal Público que o acusava de ter registado um monte alentejano abaixo do valor de compra para escapar à Sisa e que na época já tinha feito cair outros políticos. No caso de Vitorino, a demissão revelar-se-ia precipitada (o Fisco acabaria por ilibá-lo meses depois) mas providencial. Dois anos depois, era comissário europeu. Daí saltou para o Parlamento e para a advocacia de negócios, onde faz o que sempre gostou de fazer, mas por muito mais dinheiro: estabelecer pontes, forjar consensos. Pelo meio chegou a ser falado para a presidência da Comissão Europeia (não passou de comissário), para a Presidência da República e até para primeiro-ministro. Nunca chegou a sair de cena, apenas ampliou os palcos em que se movimenta, e o programa de comentário político que mantém na televisão mostra que continuará a andar por aí.
Teodora Cardoso: Consultora no BPI
Há 20 anos a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) era consultora do Conselho de Administração do BPI, para onde tinha transitado cinco anos antes vinda do Banco de Portugal. A economista fez grande parte da sua carreira nestas duas instituições. No banco central, onde começou a trabalhar em 1973, desempenhou várias funções, incluindo a liderança do Departamento de Estatística e Estudos Económicos entre 1985 e 1990, e a de consultora do Conselho de Administração nos dois anos seguintes. Em 1992 salta para o BPI, também como consultora do conselho de administração, cargo que ocupa até 2008, quando em que volta ao Banco de Portugal, mas agora para a administração, onde fica até 2012. Segue-se a presidência do Conselho das Finanças Públicas. A sua experiência profissional conta ainda com a participação no conselho consultivo do Instituto de Gestão do Crédito Público entre 1996 e 2008 e na Estrutura para a Reforma da Despesa Pública em 2001.
Mário Ferreira: Invicta a toda a bolina
Nascido em 1968, em Matosinhos, aos 16 anos viu-se empregado de mesa num restaurante de Londres, e fez a sua primeira volta ao mundo a bordo do paquete Vistaford. Aos 22 anos, era o gerente do "night-club" e tinha um ordenado de 500 contos (2.500 euros) limpos. Três anos depois, conhece a multimilionária norte-americana Barbara Diane Rayford, com quem viria a casar. Ficam a viver em Leça, onde investe todo o seu dinheiro na compra do restaurante "Avó Miquinhas". Ainda em 1993, criou a empresa Ferreira & Rayford e adquire o seu primeiro barco, o Vista Douro, e o primeiro navio-hotel - o AltoDouro. Três anos depois adquiriu a marca Douro Azul e o Princesa do Douro. E em 1997 compra o Invicta, que integrou a Expo-98 como hotel flutuante. Hoje, Mário Ferreira é um dos "tubarões" mundiais dos cruzeiros fluviais, tem hotéis no Porto e em Gaia, helicópteros, o museu World of Discoveries, entre muitos outros negócios. Factura mais de 100 milhões de euros.
Catarina Martins: Na boca de cena
Visões Úteis. Assim se chamava a companhia de teatro portuense fundada em 1994 por Catarina Martins. Por lá, a actual coordenadora nacional do Bloco de Esquerda fazia de tudo um pouco. Era actriz, mas também encenadora, produtora e consta que até terá tido de fazer de operadora de som. Catarina estudara Direito em Coimbra e foi aí que deu os primeiros passos mais a sério na representação, no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. Foi aí que conheceu o actor Nuno Cardoso, com quem viria a fundar a Visões Úteis. Só uns bons anos mais tarde chegou oficialmente à política, apesar de participar desde a juventude em diversos movimentos cívicos e políticos. Em 2009 seria eleita pela primeira vez deputada à Assembleia da República, pelas listas do Bloco, mas ainda como independente. Aderiu ao partido e passou a integrar a sua direcção em 2010, mas, ainda que em segundo plano, nunca perdeu a sua ligação ao teatro.
Jerónimo de Sousa: Já na cúpula do PCP
Desde que aderiu ao Partido Comunista Português, em 1974, poucos terão sido os anos da sua vida que não passou nos bancos da Assembleia da República. Foi deputado à Assembleia Constituinte, logo em 1975, e mantém-se até hoje como membro da bancada parlamentar comunista, de onde apenas se ausentou por alguns curtos períodos. Um deles em 1993, tendo-se candidatado dois anos depois à Presidência da República, tendo acabado por desistir em favor do socialista Jorge Sampaio. Voltaria aos bancos do Parlamento em 2002, onde se mantém desde então. Operário metalúrgico e afinador de máquinas de profissão, dirigente sindical, Jerónimo de Sousa é membro da comissão política do PCP desde 1992 e desde aí tem assento na cúpula do partido, para o qual seria eleito como secretário-geral em 2004, substituindo Carlos Carvalhas.
Assunção Cristas: A estudar Direito
A presidente do CDS conseguiu nas últimas eleições autárquicas o melhor resultado de sempre do partido em Lisboa e uma votação superior à de Paulo Portas, o líder carismático dos centristas. Assunção Cristas afirmou-se e quer aproveitar o balanço para as legislativas, apanhando boleia da dinâmica que conseguiu em Lisboa. Cristas mostrou que é forte em campanha e que a rua não será um problema quando voltar a votos. Há 20 anos, quando o Jornal de Negócios chegou à internet, Cristas tinha apenas 23 anos. Não estava na política mas estava a preparar-se. Em 1997, a agora líder do CDS e vereadora em Lisboa estava a começar o doutoramento em Direito na Universidade de Lisboa e a iniciar o estágio de advocacia. Além disso, como recém-licenciada era assistente estagiária na Faculdade de Direito em Lisboa. Pelo caminho, foi ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e do Ordenamento do Território, sendo responsável pela reforma das rendas e deu grande visibilidade aos jovens agricultores.
23 de Novembro de 2017 às 10:32