Notícia
OCDE: O que aconteceu em Portugal foi uma "tragédia"
O secretário-geral da organização afirma que o Governo português "estava a fazer o que tinha que ser feito".
24 de Março de 2011 às 15:48
"É uma tragédia que isto [chumbo do Plano de Estabilidade e Crescimento e consequente demissão do Governo] tenha acontecido, porque o Governo de Portugal estava a fazer o que tinha que ser feito", disse Angel Gurria durante uma declaração em Washington.
Para Gurria, Portugal vai agora enfrentar "semanas muito difíceis" até às eleições. A crise política, adiantou o responsável da OCDE, aumentou as hipóteses do País necessitar de recorrer à ajuda externa. Questionado se a crise política e económica em Portugal vai afectar outros países, Gurria respondeu apenas: "Vai aumentar a pressão sobre todos".
"Quem vai negociar, se não há Governo?"
Esta manhã, a OCDE admitiu que, com a demissão de José Sócrates, é mais difícil Portugal escapar à ajuda externa.
"Se vão ser disponibilizados fundos para facilitar o ajustamento da economia portuguesa, a questão é quem vai fazer a negociação se nem há um Governo?", interroga-se William White, presidente do "Economic and Development Review Committee", da OCDE, que se mostrou desapontado com a resignação do líder do Governo.
White diz que a dificuldade de cumprir o pagamento da dívida "não é um problema de liquidez a curto prazo" e os participantes do mercado já o perceberam. Por isso, defende que o pedido de ajuda por parte de Portugal à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional é "um passo bem-vindo".
No entanto, White recusa-se a falar de resgate, porque diz que essa não é a palavra correcta para a intervenção, e sim um grande empréstimo.
Para Gurria, Portugal vai agora enfrentar "semanas muito difíceis" até às eleições. A crise política, adiantou o responsável da OCDE, aumentou as hipóteses do País necessitar de recorrer à ajuda externa. Questionado se a crise política e económica em Portugal vai afectar outros países, Gurria respondeu apenas: "Vai aumentar a pressão sobre todos".
Esta manhã, a OCDE admitiu que, com a demissão de José Sócrates, é mais difícil Portugal escapar à ajuda externa.
"Se vão ser disponibilizados fundos para facilitar o ajustamento da economia portuguesa, a questão é quem vai fazer a negociação se nem há um Governo?", interroga-se William White, presidente do "Economic and Development Review Committee", da OCDE, que se mostrou desapontado com a resignação do líder do Governo.
White diz que a dificuldade de cumprir o pagamento da dívida "não é um problema de liquidez a curto prazo" e os participantes do mercado já o perceberam. Por isso, defende que o pedido de ajuda por parte de Portugal à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional é "um passo bem-vindo".
No entanto, White recusa-se a falar de resgate, porque diz que essa não é a palavra correcta para a intervenção, e sim um grande empréstimo.