A Comissão Europeia, novamente presidida por Ursula von der Leyen, inicia este domingo funções, por um período de cinco anos, e terá como principais desafios a guerra na Ucrânia, a competitividade e a nova administração norte-americana liderada por Donald Trump.

Depois de várias semanas de negociações que culminaram num acordo político no Parlamento Europeu entre o centro-direita, os socialistas e os liberais, a Comissão Europeia do segundo mandato de Ursula von der Leyen foi aprovada pelos eurodeputados, com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções.

O novo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais é a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que ocupa a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Há um outro português num cargo de topo da UE, que também inicia funções este domingo e que arrancou o mandato com uma visita simbólica a Kiev. Na Ucrânia, o ex-primeiro ministro António Costa, que defendeu a adesão da Ucrânia à União Europeia e apelou a um "futuro comum", é o novo presidente do Conselho Europeu.

Conheça abaixo os rostos dos novos comissários europeus e o caderno de encargos que António Costa terá em mãos.

Um negociador no topo da Europa

Conhecido nos corredores europeus como um exímio negociador, António Costa terá de pôr à prova essa qualidade bem cedo. Aliás, numa entrevista na semana passada ao Financial Times, disse que a União Europeia precisa de falar com Donald Trump logo que possível. Mas talvez uma das tarefas mais imediatas seja dentro de portas, com um bloco politicamente mais fragmentado e extremado, perante fações nacionalistas e algumas proximidades pouco desejadas a Vladimir Putin. Os meandros da intrincada política comunitária não são estranhos ao antigo primeiro-ministro português e tem a vantagem da proximidade que conseguiu à reeleita presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, durante e após a fase da pandemia. Vai ter de trabalhar de perto com a alta representante da política externa, a estónia Kaja Kallas, num dos temas mais complexos do bloco: a guerra na Ucrânia. 

A equipa
A Comissão Von der Leyen 2.0

Com a confirmação das três principais famílias políticas, o novo executivo comunitário pode tomar posse no dia 1 de dezembro. Uma comissão mais pressionada pela direita radical e pela sombra de Donald Trump. 

As escolhas de Ursula von der Leyen, e a própria organização da equipa, sugerem que no segundo mandato terá o poder ainda mais concentrado no 13.º piso do Berlaymont - o quartel-general da Comissão. Reduziu as vice-presidências de sete para seis, numa cuidadosa seleção dos 26 comissários. Pela primeira vez desde 1999 o Parlamento Europeu não "chumbou" nenhum dos nomes indicados.