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Nobel da Economia recusa ter casa própria
Aos 80 anos de idade, o Nobel de Economia Edmund Phelps continua a viver num apartamento alugado, não por falta de dinheiro ou de crédito, mas por acreditar que "o culto da propriedade de uma casa" prejudica a inovação.
"Queremos pessoas prontas a partir no dia seguinte para ingressar numa indústria ou encontrar algures um novo emprego", disse Edmund Phelps à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, numa entrevista difundida na terça-feira.
Segundo o economista, que está a participar no Fórum Boao para a Ásia, o culto da propriedade de uma casa tende a "congelar as pessoas em posições fixas e irreversíveis", o que "não favorece a inovação".
Na China, mais do que "um culto", a propriedade de uma casa é um requisito essencial para um homem encontrar uma noiva e casar. E como há mais vinte milhões de homens do que mulheres, os pais dão sempre uma preciosa ajuda.
Edmund Phelps encontra-se na China para participar no Forum Boao para a Ásia, que decorre até quinta-feira na ilha de Hainan, no sul do país, com chefes de governo de oito países (Austrália, China, Coreia do Sul, Kazaquistao, Laos, Namíbia, Paquistão e Timor-Leste).
Na entrevista à Xinhua, Edmund Phelps disse que a China "tem grande potencial para se tornar um país inovador", mas salientou que "a inovação requer também valorizar o individualismo, a vitalidade, a curiosidade e a experimentação".
Em muitas sociedades, incluindo China e Estados Unidos da América, ter casa própria é considerado uma garantia de segurança, refere a Xinhua.
Para Phelps, no entanto, isso "entrava a mobilidade laboral" e, além disso, "o sentir-se seguro pode ser indesejável para dar forma a uma sociedade altamente inovadora".
Edmund Phelps, nascido em 1933, é professor de Economia Política na Universidade de Columbia, onde dirige um "Centro sobre Capitalismo e Sociedade".
O Prémio Nobel da Economia, no valor de 10 milhões de coroas suecas (1,16 milhões de euros), foi-lhe atribuído em 2006.