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MP pede pena de prisão entre 6 e 7 anos para Ricardo Salgado e não inferior a 9 anos para Manuel Pinho
"Manuel Pinho recebeu 500 mil após chegar ao governo e 15 mil euros mensais quando já era ministro", refere o procurador.
O procurador do Ministério Público defendeu, nas alegações finais do caso EDP, que ficou provado em tribunal que o antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, foi subornado por Ricardo Salgado quando estava no Governo.
"Se Ricardo Salgado era ou não o DDT (Dono Disto Tudo) não interessa ao MP, o que interessa é que ele [Salgado] foi dono da relação com Manuel Pinho. Tudo foi tratado por Ricardo Salgado. As transferências para o Manuel Pinho foram ordenadas por Ricardo Salgado", sustentou o procurador.
O advogado do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado pediu também esta segunda-feira a realização de uma nova perícia ao ex-banqueiro, visando a suspensão de uma eventual pena no julgamento do Caso EDP, mas o tribunal adiou a decisão.
Antes do arranque das alegações finais do Ministério Público (MP), Francisco Proença de Carvalho relembrou que já foi realizada uma perícia neurológica no âmbito deste processo e que apontou para o diagnóstico de Doença de Alzheimer do arguido.
"O tribunal já tem elementos suficientes para declarar a suspensão da pena", referiu o mandatário de Ricardo Salgado, que, "por cautela", acabou por pedir a realização de nova perícia para aferir o grau da doença, com vista a travar o cumprimento de uma eventual pena de prisão efetiva que seja aplicada neste julgamento.
O coletivo de juízes pediu cinco minutos para deliberar e interrompeu a sessão, mas bastou um minuto para voltar à sala de audiência e comunicar que tal só será analisado depois da decisão: "Essa matéria apenas será apreciada em termos de execução da pena caso venha a ser condenado".
Ricardo Salgado já foi alvo de perícias neurológicas no final do ano passado, que confirmaram a existência de doença neurológica do ex-banqueiro.