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Mourão ganha a Abraão e sucede a Silva na UGT

O próximo líder e candidato a secretário-geral da central sindical é Mário Mourão, que ganhou o duelo com José Abraão na disputa pela sucessão de Carlos Silva.

Os socialistas da UGT elegeram Mário Mourão para presidente da tendência sindical.
13 de Novembro de 2021 às 20:08
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Os socialistas da UGT elegeram hoje Mário Mourão para presidente da tendência sindical, tornando-o também no candidato a secretário-geral da central, para substituir Carlos Silva em 2022.   

 

A eleição decorreu no âmbito do VIII congresso da tendência sindical socialista (TSS), que se realizou em Lisboa e foi marcado pela novidade de existirem duas candidaturas.

 

José Abraão e Mário Mourão disputaram a liderança da TSS, mas foi o dirigente dos bancários do norte que conseguiu a vitória, com mais meia centena de votos.

 

Mário Mourão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), ex-Sindicato dos Bancários do Norte, desde 2005, quer "pôr o setor privado na agenda" da central, "a par com o da função pública", para "dar resposta" e "visibilidade" a todas as áreas que a organização sindical representa.

 

Ao mesmo tempo, quer que a TSS se aproxime mais do PS.

 

Após a eleição, disse à agência Lusa que vai trabalhar para reorganizar a tendência, para a unir, de forma a contribuir para o reforço da UGT.

 

"Neste momento, não existem vencidos nem vencedores, a TSS tem de preparar o congresso da UGT e ajudar a fortalecer a central", disse Mário Mourão.

 

José Abraão, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap) e da Federação Sindical da Administração Pública (Fesap) desde 2013, defendeu na sua candidatura a renovação e o aprofundamento do projeto sindical da central, a unidade interna e a aproximação aos trabalhadores nos locais de trabalho. 

 

No final do congresso, José Abraão elogiou o debate realizado e disse que irá continuar a trabalhar pela unidade e pelo fortalecimento da UGT.

 

Esta foi a primeira vez que a eleição para a presidência da TSS/UGT contou com mais do que uma candidatura, ou seja, foi a primeira vez em 43 anos de existência da UGT que a liderança da central foi disputada.

 

Cabe ao congresso da tendência sindical socialista eleger, através de voto secreto, o seu presidente e, consequentemente, o candidato a secretário-geral da UGT.

 

Normalmente, é o presidente eleito da tendência sindical socialista que se candidata posteriormente ao cargo de secretário-geral da UGT, embora estatutariamente possam apresentar-se outros candidatos no congresso da central, desde que reúnam os apoios necessários, mas isso nunca aconteceu na história da UGT.

 

O XIV congresso da UGT deveria ter-se realizado em abril, mas foi adiado, devido à pandemia da covid-19, para abril do próximo ano.

 

Carlos Silva foi até hoje o presidente da TSS, lugar que ocupava há oito anos, os mesmos que tem como secretário-geral da UGT.

 

Eleito no XII congresso da UGT, em abril de 2013, Carlos Silva, que era presidente do Sindicato dos Bancários do Centro, substituiu o histórico João Proença, que liderou a TSS e a central sindical durante 18 anos.

 

João Proença foi o segundo secretário-geral da UGT e sucedeu a José Manuel Torres Couto.

Criada em 28 de outubro de 1978, numa Assembleia Constitutiva em que foram aprovados os seus estatutos e a declaração de princípios provisórios, a UGT viria a transformar-se formalmente em central sindical em janeiro do ano seguinte.

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