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Moscovo realizou 85 ataques contra instalações elétricas na Ucrânia, 51 só em outubro

Nas últimas semanas a Rússia tem atingido várias cidades ucranianas, em resposta à contraofensiva de Kiev que tem permitido libertar territórios controlados pelas forças russas no leste e sul do país.

O conflito na Ucrânia já dura há quase cinco meses, ainda sem indícios de acordo para um cessar-fogo.
Alexander Ermochenko/Reuters
25 de Outubro de 2022 às 08:05
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A Rússia lançou 85 ataques contra instalações elétricas ucranianas desde o início da guerra, com 51 a registarem-se apenas no mês de outubro, adiantou esta segunda-feira o procurador-geral da Ucrânia, Andrei Kostin.

"Esta é uma política de extermínio de ucranianos, criando condições inadequadas para a vida. À medida que o inverno se aproxima, os líderes russos deliberadamente privam as pessoas de coisas básicas: água, eletricidade ou aquecimento", sublinhou Kostin, numa publicação na rede social Telegram.

O procurador-geral comparou a situação à condenação deliberada "à morte por fome" durante o "Holodomor", considerando os atos atuais de Moscovo como "terrorismo e crimes de guerra".

Uns sete milhões de ucranianos terão morrido depois de serem desapossados das suas terras pelo regime soviético de Joseph Estaline no chamado "Holodomor" (1932-1933).

Andrei Kostin salientou que a Rússia está a atacar infraestrutura crítica da Ucrânia com os seus ataques.

"Desde o início da invasão em grande escala, as Forças Armadas da Federação Russa realizaram 85 ataques a instalações elétricas, 51 destes em outubro", revelou a Procuradoria-Geral.

O maior número de ataques em instalações de infraestrutura crítica foram infligidos nas províncias de Dnipropetrovsk (8), Lviv (6), Vinnytsia (5), Sumy (4), Kharkiv (4) e Kiev (4).

Nas últimas semanas Moscovo tem atingido várias cidades ucranianas, em resposta à contraofensiva de Kiev que tem permitido libertar territórios controlados pelas forças russas no leste e sul do país.

A Ucrânia tem também acusado o Irão de fornecer 'drones' suicidas à Rússia que têm sido alegadamente utilizados para bombardear infraestruturas de energia e cidades.

O procurador-geral pediu ainda a criação de um tribunal internacional no âmbito da ONU.

"A Rússia e os seus líderes devem ser julgados pelo crime de agressão, genocídio e crimes de guerra. A paz é impossível até que o mal seja punido", destacou Kostin.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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