Notícia
Russos apressam-se a marcar voos para o estrangeiro após mobilização
Os bilhetes para os voos Moscovo-Belgrado operados pela Air Serbia, a única companhia aérea europeia, além da Turkish Airlines, que mantém voos para a Rússia apesar do embargo aéreo decretado pela União Europeia, estão esgotados para os próximos dias.
21 de Setembro de 2022 às 16:49
Um elevado número de cidadãos russos apressou-se esta quarta-feira a comprar bilhetes de avião para fora da Rússia, depois de o Presidente, Vladimir Putin, ter anunciado uma mobilização parcial dos militares na reserva para a guerra na Ucrânia.
Os voos ficaram rapidamente cheios e os preços dos bilhetes para as restantes ligações dispararam, aparentemente impulsionados pelo medo de que as fronteiras da Rússia possam ser em breve fechadas ou de uma convocação mais abrangente que obrigue muitos homens russos em idade de combate a ir para as linhas da frente do conflito.
Os bilhetes para os voos Moscovo-Belgrado operados pela Air Serbia, a única companhia aérea europeia, além da Turkish Airlines, que mantém voos para a Rússia apesar do embargo aéreo decretado pela União Europeia, estão esgotados para os próximos dias.
O preço dos voos de Moscovo para Istambul ou para o Dubai aumentou em minutos antes de registar um novo máximo, atingindo os 9.200 euros por um bilhete de só de ida em classe económica.
O decreto de Putin estipulou que o número de pessoas convocadas para o serviço militar ativo seria determinado pelo Ministério da Defesa, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse numa entrevista televisiva que 300.000 reservistas com experiência relevante de combate e serviço serão inicialmente mobilizados.
A Rússia tem assistido a um acentuado êxodo de cidadãos desde que Putin ordenou que o exército invadisse a Ucrânia, há quase sete meses.
No discurso que hoje de manhã proferiu ao país, em que anunciou uma mobilização parcial dos reservistas, o Presidente russo também fez uma ameaça nuclear velada aos inimigos russos do Ocidente.
Relatos de pânico a espalhar-se entre os russos logo inundaram as redes sociais, e grupos antiguerra indicaram que o reduzido número de bilhetes de avião para fora da Rússia atingiu preços muito elevados devido ao aumento da procura e rapidamente se esgotou.
Alguns 'posts' nas redes sociais davam já conta de casos de pessoas que tinham sido mandadas para trás na fronteira terrestre da Rússia com a Geórgia e que o 'site' da internet da companhia ferroviária estatal russa foi abaixo, porque demasiadas pessoas estavam a tentar aceder-lhe, em busca de formas para sair do país.
As redes sociais em russo também registaram picos de atividade com conselhos sobre como evitar a mobilização ou abandonar a Rússia.
Numa aparente tentativa para reduzir o pânico, o dirigente da comissão de defesa da câmara baixa do parlamento russo, Andrei Kartapolov, indicou que as autoridades não imporiam mais restrições a reservistas que quisessem sair do país, de acordo com a comunicação social russa.
Um grupo sediado na Sérvia, chamado "Russos, Bielorrussos, Ucranianos e Sérvios Juntos Contra a Guerra", escreveu na rede social Twitter que já não havia voos disponíveis para Belgrado com partida da Rússia até meados de outubro. Voos para a Turquia, a Geórgia ou a Arménia também esgotaram, segundo o mesmo grupo.
"Todos os russos que queriam ir para a guerra já foram", declarou o grupo, acrescentando: "Mais ninguém quer ir para lá!".
A capital da Sérvia, Belgrado, tornou-se um destino popular para cidadãos russos durante a guerra: quase 50.000 fugiram para a Sérvia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e muitos abriram negócios, especialmente no setor das tecnologias de informação.
Os cidadãos russos não precisam de visto para entrar na Sérvia, que é o único país europeu que não se juntou às sanções ocidentais impostas à Rússia pela sua agressão à Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 210.º dia, 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Os voos ficaram rapidamente cheios e os preços dos bilhetes para as restantes ligações dispararam, aparentemente impulsionados pelo medo de que as fronteiras da Rússia possam ser em breve fechadas ou de uma convocação mais abrangente que obrigue muitos homens russos em idade de combate a ir para as linhas da frente do conflito.
O preço dos voos de Moscovo para Istambul ou para o Dubai aumentou em minutos antes de registar um novo máximo, atingindo os 9.200 euros por um bilhete de só de ida em classe económica.
O decreto de Putin estipulou que o número de pessoas convocadas para o serviço militar ativo seria determinado pelo Ministério da Defesa, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse numa entrevista televisiva que 300.000 reservistas com experiência relevante de combate e serviço serão inicialmente mobilizados.
A Rússia tem assistido a um acentuado êxodo de cidadãos desde que Putin ordenou que o exército invadisse a Ucrânia, há quase sete meses.
No discurso que hoje de manhã proferiu ao país, em que anunciou uma mobilização parcial dos reservistas, o Presidente russo também fez uma ameaça nuclear velada aos inimigos russos do Ocidente.
Relatos de pânico a espalhar-se entre os russos logo inundaram as redes sociais, e grupos antiguerra indicaram que o reduzido número de bilhetes de avião para fora da Rússia atingiu preços muito elevados devido ao aumento da procura e rapidamente se esgotou.
Alguns 'posts' nas redes sociais davam já conta de casos de pessoas que tinham sido mandadas para trás na fronteira terrestre da Rússia com a Geórgia e que o 'site' da internet da companhia ferroviária estatal russa foi abaixo, porque demasiadas pessoas estavam a tentar aceder-lhe, em busca de formas para sair do país.
As redes sociais em russo também registaram picos de atividade com conselhos sobre como evitar a mobilização ou abandonar a Rússia.
Numa aparente tentativa para reduzir o pânico, o dirigente da comissão de defesa da câmara baixa do parlamento russo, Andrei Kartapolov, indicou que as autoridades não imporiam mais restrições a reservistas que quisessem sair do país, de acordo com a comunicação social russa.
Um grupo sediado na Sérvia, chamado "Russos, Bielorrussos, Ucranianos e Sérvios Juntos Contra a Guerra", escreveu na rede social Twitter que já não havia voos disponíveis para Belgrado com partida da Rússia até meados de outubro. Voos para a Turquia, a Geórgia ou a Arménia também esgotaram, segundo o mesmo grupo.
"Todos os russos que queriam ir para a guerra já foram", declarou o grupo, acrescentando: "Mais ninguém quer ir para lá!".
A capital da Sérvia, Belgrado, tornou-se um destino popular para cidadãos russos durante a guerra: quase 50.000 fugiram para a Sérvia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e muitos abriram negócios, especialmente no setor das tecnologias de informação.
Os cidadãos russos não precisam de visto para entrar na Sérvia, que é o único país europeu que não se juntou às sanções ocidentais impostas à Rússia pela sua agressão à Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 210.º dia, 5.916 civis mortos e 8.616 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.