O primeiro-ministro montenegrino, Milo Djukanovic, anunciou hoje a vitória dos independentistas no referendo de domingo. Montenegro foi este fim-de-semana votar no referendo sobre a independência da Sérvia.

Esta noite, com a decisão dos cidadãos, restaurámos a independência de Montenegro, disse Djukanovic às centenas de pessoas que se reuniram perante a sede do governo.

Segundo o chefe de governo, os independentistas têm 55,5% dos votos expressos, quando estão contados 99% dos votos.

O primeiro-ministro salientou que aquela percentagem não pode mais ser questionada.

«Tenho o prazer de anunciar que sem dúvida alguma Montenegro é um estado independente», disse domingo aos jornalistas Predrag Sekulic, porta-voz do Partido Democrático Socialista (PDS), que faz parte da coligação no poder.

No referendo, os montenegrinos deviam responder «sim» ou «não» à pergunta: «querem que o Montenegro seja um Estado independente com uma total legitimidade internacional e legal?».

Os apoiantes da independência aplaudiram-no longamente, enquanto gritavam «temos um Estado», «viva Montenegro», «Milo, Milo».

O diplomata eslovaco Frantisek Lipka, que preside à comissão do referendo, disse que os resultados oficiais poderão ser anunciados durante a manhã de hoje.

Caso os resultados confirmem a independência, isso significará o fim definitivo da Jugoslávia, depois de as outras repúblicas - Eslovénia, Croácia, Bósnia e Macedónia - se terem separado na década de 1990, quando a guerra flagelou os Balcãs.

Montenegro, com 650 mil habitantes, e a Sérvia, 15 vezes mais povoada, formaram em 2003, sobre as ruínas da Jugoslávia, uma união com laços flexíveis, dando a Podgorica uma autonomia total com um governo, parlamento, moeda e sistema alfandegário próprios.

A língua, o sérvio, é comum e as referências históricas, culturais e religiosas são as mesmas.