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Montenegro: Costa "falhou na capacidade de recrutamento" e Medina "é um peso morto"
O presidente do PSD diz que o primeiro-ministro perdeu a capacidade de ir buscar rostos novos à sociedade para ocupar cargos no Governo, acusou Medina de perder autoridade política e informou que o apoio do partido à moção de censura dos liberais será decidido esta terça-feira.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou nesta segunda-feira, a propósito da nomeação dos novos ministros para as Infraestruturas e Habitação, que o primeiro-ministro, António Costa, não tem capacidade para "recrutar novos membros à sociedade" para o Governo.
"Não entra ninguém novo. António Costa perdeu a capacidade de recrutamento. Estas nomeações são apenas ir buscar aparelho ao aparelho", sublinhou Montenegro, numa declaração política após a reunião da Comissão Permanente Nacional do PSD.
A menção a Fernando Medina, apesar de este não ter abandonado a pasta das Finanças, deve-se ao facto de Montenegro considerar que deveria estar fora. "Se eu fosse primeiro-ministro, o ministro das Finanças já tinha saído do Governo", afirmou.
"O ministro das Finanças perdeu autoridade política, por isso é um peso morto no Governo. Se o ministro não sabia do percurso [de Alexandra Reis], isso é negligência grosseira. Se por acaso sabia, significa inaptidão para ser membro do Governo".
Montenegro prosseguiu, dizendo que "o Partido Socialista não resiste a tomar de assalto o aparelho do Estado e dominar todos os lados com os seus tentáculos" e acusando o Executivo de adotar uma "postura arrogante e de meias mentiras".
"Não, senhor primeiro-ministro. Nós não nos habituamos à sua vertigem absolutista, a silenciar os casos, os erros ou omissões do Governo", rematou.
Questionado sobre se vai apoiar a moção de censura, anunciada pela Iniciativa Liberal, Montenegro informou que "amanhã há uma reunião ao final da tarde da Comissão Política Nacional e outra do grupo parlamentar, em que eu próprio irei participar", pelo que só depois destes encontros será tomada uma posição do partido sobre este assunto.
Luís Montenegro assegurou ainda que o "PSD não tem pressa de ir para o Governo".
"Tivemos eleições há menos de um ano e o PSD respeita integralmente a vontade popular", salientou o líder dos sociais-democratas, mas sublinhando que "não somos nós que temos desviado a atenção do país para as gafes, para as imoralidades ou as prepotências dos membros do Governo e do primeiro-ministro".