Notícia
Moçambique: Ex-Presidente Guebuza admite "problemas profundos" na Frelimo
Armando Guebuza esteve no poder em Moçambique de 2005 a 2015, tendo sido sucedido por Filipe Nyusi, atual Presidente.
29 de Novembro de 2024 às 13:16
O antigo Presidente de Moçambique Armando Guebuza admitiu haver "problemas profundos" na Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, numa reação à "crise de existência" alertada pelo histórico do partido Hélder Martins.
"Nós temos problemas, e como temos problemas temos que resolver estes problemas e acredito que nas nossas reuniões, ao nível do partido, as questões vão ser abordadas e encontraremos formas de ir ultrapassando porque são muito profundos", declarou à comunicação social o antigo chefe de Estado moçambicano, numa declaração a que a Lusa teve acesso hoje.
Armando Guebuza esteve no poder em Moçambique de 2005 a 2015, tendo sido sucedido por Filipe Nyusi, atual Presidente.
O primeiro-ministro da saúde de Moçambique independente alertou em 21 de novembro para a "crise que ameaça" a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), após protestos, denunciando a existência de "infiltrados e negociantes" na organização.
"O nosso partido enfrenta, hoje, a pior crise de sempre, desde a fundação da Frelimo, em 1962. Uma crise que ameaça a existência da Frelimo como partido líder do desenvolvimento da nação", avisou Hélder Martins, numa carta dirigida ao presidente do partido, Filipe Nyusi, e ao seu secretário-geral, Daniel Chapo.
No documento de oito páginas a que a Lusa teve acesso, o antigo governante alertou sobre "gravosas situações" que levam simpatizantes a afastarem-se da organização.
"Negar a existência da crise na Frelimo, hoje, é uma traição aos nobres desígnios do nosso partido, porque é condenar, intencionalmente, o partido à destruição", lê-se na carta do membro fundador da formação política e também médico.
"O nosso partido está infiltrado por oportunistas de todos os estilos, meros negociantes, gente que vê na política um meio de enriquecimento com os bens públicos e com o suor do povo, alguns dos quais chegando ardilosamente a tomar postos nos órgãos e na direção do partido, capturando-os", acrescentou.
Para "purificar as fileiras" do partido, Hélder Martins pediu a convocação da "conferência nacional de quadros" para se debater a situação económica, social e política do país, mas também para analisar a situação interna da Frelimo, definindo, nomeadamente, os perfis de candidatos a membros e a órgãos da organização.
A carta de Hélder Martins surgiu na sequência das sucessivas manifestações e paralisações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), dado como vencedor, com 70,67 % dos votos, segundo resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, o qual não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.
"Nós temos problemas, e como temos problemas temos que resolver estes problemas e acredito que nas nossas reuniões, ao nível do partido, as questões vão ser abordadas e encontraremos formas de ir ultrapassando porque são muito profundos", declarou à comunicação social o antigo chefe de Estado moçambicano, numa declaração a que a Lusa teve acesso hoje.
O primeiro-ministro da saúde de Moçambique independente alertou em 21 de novembro para a "crise que ameaça" a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), após protestos, denunciando a existência de "infiltrados e negociantes" na organização.
"O nosso partido enfrenta, hoje, a pior crise de sempre, desde a fundação da Frelimo, em 1962. Uma crise que ameaça a existência da Frelimo como partido líder do desenvolvimento da nação", avisou Hélder Martins, numa carta dirigida ao presidente do partido, Filipe Nyusi, e ao seu secretário-geral, Daniel Chapo.
No documento de oito páginas a que a Lusa teve acesso, o antigo governante alertou sobre "gravosas situações" que levam simpatizantes a afastarem-se da organização.
"Negar a existência da crise na Frelimo, hoje, é uma traição aos nobres desígnios do nosso partido, porque é condenar, intencionalmente, o partido à destruição", lê-se na carta do membro fundador da formação política e também médico.
"O nosso partido está infiltrado por oportunistas de todos os estilos, meros negociantes, gente que vê na política um meio de enriquecimento com os bens públicos e com o suor do povo, alguns dos quais chegando ardilosamente a tomar postos nos órgãos e na direção do partido, capturando-os", acrescentou.
Para "purificar as fileiras" do partido, Hélder Martins pediu a convocação da "conferência nacional de quadros" para se debater a situação económica, social e política do país, mas também para analisar a situação interna da Frelimo, definindo, nomeadamente, os perfis de candidatos a membros e a órgãos da organização.
A carta de Hélder Martins surgiu na sequência das sucessivas manifestações e paralisações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), dado como vencedor, com 70,67 % dos votos, segundo resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, o qual não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.