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Ministro grego das Finanças quer imposto sobre os mais ricos
Yannis Stournaras afirmou este domingo que chegou a "altura de os grandes proprietários começarem a pagar", numa referência ao controverso projecto-lei sobre um novo imposto a aplicar na Grécia.
"É tempo de fazer pagar os 'proprietários' do Ekali", um bairro residencial do norte de Atenas, disse o ministro (na foto) ao jornal To Vima, numa altura em que o debate sobre a nova taxa provoca uma grande polémica no interior do governo de coligação formado entre socialistas e liberais.
Após ano e meio no poder, a coligação dirigida pelo conservador e líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, dispõe de uma frágil maioria parlamentar com um total de 154 deputados de um total de 300.
Alguns deputados da Nova Democracia já se insurgiram contra o projecto-lei que prevê impostos sobre os proprietários de bens financeiros superiores aos 300 mil euros.
Através da instauração da medida, o ministro das Finanças espera conseguir mais de dois mil milhões de euros, de acordo com as notícias publicadas hoje no jornal To Vima.
Depois de quatro anos de políticas de austeridade draconiana ditadas pela troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) em troca de ajuda financeira à Grécia, o governo diz estar determinado a não tomar mais medidas que afectem as pessoas com baixos rendimentos e a impor políticas "mais justas". "Eu estou aqui (no governo) como tecnocrata para dizer a verdade, não preciso de carreira política", disse Stournaras ao To Vima.
Professor de Economia na Universidade de Atenas, ex-presidente do banco Emporiki e director do Instituto de Investigação Industrial, Stournaras, 57 anos, entrou pela primeira vez na política após as eleições de Junho de 2012, como ministro das Finanças.
O projecto sobre a nova taxa financeira faz parte das discussões entre o governo e os representantes da troika sobre o processo em curso desde Setembro para que seja desbloqueada a nova tranche de ajuda à Grécia.
Stournaras disse ainda ao jornal que espera um acordo com a troika até ao final do ano, apesar da reunião do Eurogrupo estar marcada para o próximo dia 9 em Bruxelas.