O ministro das Finanças disse hoje que haverá privatizações no sector dos transportes no próximo ano, além dos sectores da energia, da pasta do papel e das comunicações. A declaração foi feita no Parlamento onde decorre o segundo dia de debate na generalidade do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Segundo o deputado do PCP, Honório Novo, o facto de Teixeira dos Santos acrescentar o sector dos transportes no pacote de sectores a privatizar em 2006 contradiz as declarações feitas pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, feitas na Assembleia da República, durante a fase de apresentação do Orçamento.

Perante as perguntas dos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda sobre as privatizações, o ministro das Finanças recusou-se a adiantar mais pormenores.

 Teixeira dos Santos recusou ainda que haja uma subida de impostos no Orçamento e adiantou que relativamente à aproximação da dedução dos rendimentos de pensões aos rendimentos de trabalho dependente, «98% dos pensionistas não verão o seu rendimento disponível afectado».

Questionado sobre os aumentos de salários dos funcionários públicos, Teixeira dos Santos recusou-se a revelar pormenores adiantando apenas que «não haverá congelamento de salários».

Sobre o combate à fraude e evasão fiscal, o ministro adiantou que o Governo «não espera abrandamentos quanto à capacidade de recuperação» de dívidas e lembrou que este ano o Executivo tem a meta de cobrar 1.300 milhões de euros de dívidas. Até agora, o Governo conseguiu recuperar 1.100 milhões de euros, anunciou ontem o primeiro-ministro, José Sócrates.