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Ministro das Finanças do Reino Unido anuncia reversão "quase total" do mini-orçamento

É mais uma reviravolta na política britânica. O novo ministro das Finanças anuncia mudanças drásticas ao orçamento apresentado por Kwasi Kwarteng, incluindo menos apoio para lidar com os aumentos energéticos.

EPA
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O novo ministro das Finanças britânico anunciou esta segunda-feira a reversão "quase total" do mini-orçamento que tinha sido divulgado no final do mês passado, pelo seu antecessor, incluindo através da redução do apoio às contas da energia.

"Vamos reverter quase todas as medidas fiscais anunciadas no plano de crescimento apresentado há três semanas que não tenham iniciado legislação parlamentar", disse numa comunicação ao país.

Segundo Jeremy Hunt, o controlo dos preços energéticos será universal até abril, e não durante dois anos, como tinha sido anunciado. O ministro garantiu que Liz Truss concorda que não seria prudente o Governo comprometer-se com uma medida a tão longo prazo, quando ainda se desconhece o que vai acontecer com os preços da energia no futuro. Depois de abril, a medida será mais "focada". 

"Esta é uma política de referência para ajudar milhões de pessoas durante o difícil inverno. E hoje quero confirmar que o apoio que vamos dar de agora até abril do próximo ano não vai mudar. Mas depois disso, eu e a primeira-ministra concordamos que não seria responsável continuar a expor as finanças públicas à volatilidade dos preços internacionais do gás. Por isso estou hoje a anunciar que o Ministério das Finanças fez uma revisão à forma como vamos apoiar as contas energéticas depois de abril do próximo ano", afirmou.

O Governo tinha avançado com um plano de Garantia de Preços da Energia, que reduz o custo do gás e da eletricidade para que as famílias não paguem mais de 2.500 libras por ano.

O corte ao imposto sobre os rendimentos foi também adiado "indefinidamente" até as finanças do país melhorarem, disse Hunt. "Decidi que a taxa de imposto sobre o rendimento vai manter-se nos 20% e assim ficará indefinidamente, até as circunstâncias económicas permitirem um corte", afirmou.

Com estas alterações, Hunt espera conseguir mais 32 mil milhões de libras (37 mil milhões de euros) por ano ao Governo.


Este plano fiscal deve entrar em vigor no final de outubro.

Em reação, os juros da dívida britânica a dez anos aliviam 35,9 pontos base para 3,956%, descendo assim abaixo da fasquia dos 4%. Já na maturidade a 30 anos, uma das mais pressionadas nas últimas semanas e que foi alvo de intervenção por parte do Banco de Inglaterra, a descida da "yield" é de 39,4 pontos base para 4,369%.

A libra esterlina que também tem estado sob forte pressão nos últimos dias face ao dólar ganha 1,07% para 1,1291 dólares. Na negociação face à moeda única europeia o ganho é de 0,83% para 1,1594 euros.
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