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Ministério do Ambiente garante que Hugo Pires "não tem impedimento" para novas funções

De acordo com o Semanário Sol, o novo secretário de Estado do Ambiente vendeu uma empresa a duas accionistas da Semural, que se dedica ao tratamento de lixo e resíduos, incluindo a importação de lixo radioativo.

06 de Janeiro de 2023 às 10:29
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O Ministério do Ambiente e da Ação Climática saiu esta sexta-feira em defesa do novo Secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, depois de o semanário Sol ter noticiado que o recém-empossado governante vendeu, em 2021, o seu ateliê de arquitetura e reabilitação urbana a uma empresa agrícola cujas duas sócias têm participação acionista no grupo Semural, que se dedica ao tratamento de lixo e resíduos.

"Hugo Pires vendeu a empresa CRIAT, que não é da área do ambiente mas sim de arquitetura e construção, a 19 de maio de 2021, altura em que, naturalmente, não previa ser convidado para o cargo de Secretário de Estado do Ambiente, em 2023", esclarece o MAAC em comunicado enviado às redações. 

O ministério tutelado por Duarte Cordeiro, e que acaba de perder João Galamba para as Infraestruturas e de ganhar dois novos secretários de Estados - Ana Gouveia na Energia e Hugo Pires no Ambiente -, garante que o governante "não tem atualmente qualquer participação social em alguma empresa" e "não tem qualquer inibição ou impedimento, de qualquer tipo, no exercício das funções que lhe foram confiadas". 

Isto depois da polémica em torno da nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves Pereira, que se demitiu após ter estado apenas 24 horas no cargo, devido à revelação do arresto das suas contas bancárias conjuntas com o marido, Américo Pereira, ex-presidente da Câmara de Vinhais, que foi constituído arguido pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção ativa e prevaricação.  

O Ministério do Ambiente diz ainda, de Hugo Pires, que "em relação à sua atividade como deputado, participou nos trabalhos da Comissão de Ambiente e de Energia da Assembleia da República, experiência importante para as tarefas que agora desempenhará" e "cumpriu com os seus deveres declarativos enquanto deputado". 

De acordo com o Sol, a empresa CRIAT – Arquitetura & Reabilitação Urbana foi vendida à sociedade agrícola Penedo do Frade -- detida por duas irmãs, Lucinda Marques e Adelaide Marques. A empresa -- que cultivou vários hectares de vinha num aterro sanitário do grupo Semural - Waste & Energy. As duas empresárias são também acionistas da Semural, que se dedica ao tratamento de lixo e resíduos, incluindo a importação de lixo radioativo, refere o Sol. 

O novo secretário de Estado tem 43 anos e era, desde 2019, vice-Presidente do grupo parlamentar do Partido Socialista, com as áreas do Ambiente e Energia e co-autor da Lei de Bases do Clima.

Até agora era também deputado à Assembleia da República, desde 2015, onde foi coordenador do grupo de trabalho que aprovou a Lei de Bases da Habitação. Fazia parte da Comissão de Ambiente e Energia e era suplente nas comissões de Orçamento e Finanças e de Transparência e Estatuto dos Deputados.

Nasceu em Coimbra, em abril de 1979. É licenciado em Arquitetura pela Universidade Lusíada do Porto em 2006. No entanto, acabou por desenvolver a sua vida profissional mais a norte, em Braga. 

Arquiteto de profissão, foi presidente da Concelhia da Juventude Socialista de Braga, assessor do Vice-Presidente da Câmara Minicipal de Braga, presidente da Distrital de Braga da Juventude Socialista. Em setembro de 2009 foi eleito deputado pela primeira vez, pelo círculo eleitoral de Braga. 

Foi vereador na Câmara Municipal de Braga, entre 2009 e 2013, com os pelouros do Urbanismo, Reabilitação Urbana, Proteção Civil e Juventude.

Passou também pelo cargo de Presidente do Conselho de Administração da Fundação Bracara Augusta, entre 2011 e 2013.

Em 2012 presidiu à Capital Europeia da Juventude, em Braga. 

É o único novo secretário de Estado que tem currículo político e partidário.
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