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Metade dos portugueses nem sempre consegue pagar as contas

O European Consumer Payment Report (ECPR) fez um estudo com 21.317 cidadãos europeus de 21 países, incluindo Portugal.

24 de Novembro de 2016 às 12:59
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Um estudo do European Consumer Payment Report (ECPR), desenvolvido pela consultora Intrum Justitia, chegou à conclusão que 49% dos portugueses "afirmam que muitas vezes não conseguem pagar as contas e 50% identificaram alguns períodos na sua vida em que não puderam pagar as suas dívidas". Ainda que 94% dos inquiridos digam que é importante pagar sempre as contas dentro dos prazos, 29% garante que neste momento "não tem dinheiro suficiente para ter uma vida digna", segundo o mesmo estudo, citado num comunicado.


O trabalho contou com a participação de 1.010 consumidores nacionais, incluídos num grupo de 21.317 cidadãos europeus de 21 países. "50% dos entrevistados portugueses afirma não ter pago algumas das suas contas a tempo nos últimos doze meses, uma percentagem idêntica à média europeia (48%) e ligeiramente abaixo da verificada na Hungria, onde 65% dos inquiridos afirma ter passado por esta situação", adiantou o comunicado.


As razões para os atrasos apontam para falta de liquidez (51%), mas não só. Os consumidores falam em "esquecimento" e "vontade".


17% dos inquiridos "pediram dinheiro emprestado nos últimos 6 meses, um ligeiro aumento comparativamente ao ano anterior (15%). E, mais de metade das pessoas que pediram dinheiro emprestado (65%), escolheu a família como principal fonte de financiamento, 23% os amigos e 14% pediu um empréstimo ao banco" adianta o mesmo documento.


Dos portugueses inquiridos, 58% não consegue poupar dinheiro mensalmente. "Dos 42% que economizam dinheiro mensalmente, 74% fá-lo para fazer face a despesas imprevistas, para viajar (42%) e para o caso de perder o emprego (32%). No entanto, 35% afirma que poupa algum dinheiro a pensar na reforma e, neste âmbito, 63% investe as suas economias em contas poupança, um valor bastante elevado, comparativamente com o investimento em acções e participações (10%) ou a subscrição de títulos do tesouro (15%), apesar da actual tendência em baixa das taxas de juro", adiantou o ECPR.


A diminuir está a intenção de emigrar, que é de 17% este ano, comparado com 40% do ano passado. "O estudo europeu revela que Portugal está contemplado nas opções como destino de emigração de 11% dos franceses e de 5% dos suíços, o que se apresenta como novidade nas conclusões do ECPR", diz o comunicado.


O estudo conclui ainda que, dos inquiridos, "58% tem cartão de crédito, 26% gasta dinheiro regularmente em compras online, 33% fez este ano mais compras online e 50% prefere receber as suas contas em formato digital". 

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