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Metade dos funcionários do BCE considera Lagarde uma líder “fraca”

A maior parte dos participantes afirmou, num inquérito sindical, que Christine Lagarde não é a pessoa certa para chefiar o banco central, com 30,5% a classificar a sua liderançabá como “fraca” e 20,1% como “muito fraca”.

A instituição liderada por Lagarde está a aumentar a pressão regulatória sobre os bancos europeus.
Kai Pfaffenbach/Reuters
22 de Janeiro de 2024 às 14:36
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Christine Lagarde não convenceu a maioria dos trabalhadores do Banco Central Europeu (BCE) na primeira metade do seu mandato de oito anos. Em resposta a um inquérito sindical, 1.159 dos 4.500 funcionários apontam para uma insatisfação generalizada por considerarem que a presidente "aprofunda demais" a veia política e usa o BCE para impulsionar a sua agenda pessoal, o que não ajudou a reputação do banco central.

 

As conclusões do inquérito são avançadas pelo Politico, que sublinha que mais de metade (50,6%) dos inquiridos classifica o desempenho da líder como "fraco" (30,5%) ou "muito fraco" (20,1%), não a considerando a "pessoa ideal" para estar à frente do BCE neste momento.

 

Em funções depois de uma pandemia e durante uma guerra ainda vigente na Europa, apenas 38% dos entrevistados apoiaram as decisões de política monetária tomadas, com o restante dividido entre desaprovações e "sem opinião".

 

Mais de metade está preocupada com o facto de o BCE não conseguir cumprir o regresso à estabilidade de preços que prometeu, considerando que o banco deve concentrar-se em reduzir a inflação.

 

Os funcionários criticaram também a capacidade de gestão de assuntos internos da líder, com quase três quartos a expressarem insatisfação. "Christine Lagarde é geralmente considerada uma líder autocrática que não age necessariamente de acordo com os valores que proclama", resume o relatório.

Apesar da ampla insatisfação, houve um claro apoio da maioria à atual líder em algumas áreas, como a de incluir a proteção ambiental no mandato do BCE.

 

O descontentamento não se limita à performance da chefe. A pesquisa mostrou que a confiança no conselho executivo de seis membros é inexistente ou muito baixa entre 59% dos entrevistados, o que representa uma queda acentuada em relação aos 40% reportados no inquérito do ano passado.

 

Os resultados obtidos por Christine Lagarde contrastam com os dos seus antecessores, Mario Draghi e Jean-Claude Trichet, em inquéritos semelhantes no final dos respetivos mandatos. 

 

Menos de um em cada 10 inquiridos classificou Draghi como "muito fraco" ou "fraco", enquanto 55% classificaram o seu desempenho como "muito bom" ou "excelente". "Mario Draghi esteve ao lado do BCE, enquanto o BCE parece estar ao lado de Christine Lagarde", escreveu um membro da equipa no inquérito. 

 

No que toca a Trichet, apenas 14,5% classificaram a sua prestação como "muito fraca" ou "fraca".

* Texto editado por Cláudia Arsénio

 

 

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