Os membros do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), Axel Weber e Erkki Liikanen, afirmaram que a instituição está preparada para subir os juros se a subida do petróleo e uma retoma económica ameaçarem uma aceleração da inflação.

Apesar de consideraram que a principal taxa de juro para a Zona Euro, nos 2%, se encontra «apropriada» por agora, o excesso de liquidez e custos de energia mais elevados são riscos para a inflação que o BCE terá, mais cedo ou mais tarde, que resolver, afirmaram ambos em entrevistas separadas na reunião anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington, segundo a Bloomberg.

«Se algo se encontra num nível historicamente baixo, então é claro que não se pode manter assim para sempre», afirmou Liikanen, o governador do banco central da Finlândia.

Weber, que lidera o alemão Bundesbank, afirmou, por seu lado, que existem «riscos de aumento generalizado dos preços» numa perspectiva a médio prazo, tendo assegurado que o BCE «desencadeará a acção apropriada» para combater a inflação «se tal for necessário».

O BCE decidiu manter inalterada a sua principal taxa de juros nos 2%, o valor mais baixo em 60 anos, por mais de dois anos numa tentativa de impulsionar o crescimento das 12 economias da Zona Euro.

As declarações de Weber e Liikanen sugerem que o BCE não vê qualquer margem de manobra para uma eventual descida, uma visão que diverge do FMI que, por seu lado, defende uma descida do preço do dinheiro na Zona Euro para estimular o crescimento que se encontra praticamente estagnado.

O euro [eur] seguia nos 1,2050 dólares, a subir 0,09%.