Nout Welling, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), garantiu hoje não haver tão cedo necessidade de a autoridade monetária efectuar mudanças na taxa de juro de referência, apesar dos sinais crescentes da fragilidade da economia europeia.

“Sempre fui um pouco mais pessimista do que outras pessoas em relação à economia real”, assegura Wellink em entrevista à agência Bloomberg. O responsável do BCE acrescenta ainda a instituição mantém-se activa no objectivo de atingir uma taxa de inflação inferior a 2%, estando assim preparada para “reagir”.

As maiores preocupações do BCE prendem-se, segundo Wellink, com o receio que as empresas possam subir os preços de forma a compensarem os maiores custos de produção e, em simultâneo, que o sindicatos aumentem a pressão para aumentos salariais face ao maior custo de vida.

Recorde-se que ainda este mês, o BCE reviu em alta a previsão de inflação para 3,5% até ao final do ano e para 2,6% para 2009. “Há razões para estarmos preocupados”, sublinha o mesmo responsável, apesar do recuo de 0,2% da economia da Zona Euro no segundo trimestre.

Também este mês a autoridade liderada por Jean-Claude Trichet manteve inalterada a taxa de juro de referência nos 4,25%.