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Mais de 30% da população empregada trabalha fora do município de residência

Dados definitivos dos Censos mostram que, em 2021, havia cerca de 4,4 milhões de pessoas empregadas em Portugal, o que corresponde a 42,8% da população residente. Dessas, 34,1% trabalha num município diferente daquele onde vive. Só 5% da população empregada trabalha a partir de casa.

O crédito ao consumo – por vezes mais do que um – e o hipotecário têm um peso muito grande nas finanças das famílias em dificuldade.
Rafael Marchante/Reuters
15 de Março de 2023 às 12:03
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Mais de 30% da população portuguesa empregada trabalhava fora do munícipio de residência em 2021, segundo os dados definitivos dos Censos divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A percentagem aumentou na última década, incidiando um alargamento da mobilidade por motivos de trabalho.

Os dados dos Censos revelam que, na última década, a proporção de população empregada num município diferente daquele onde reside aumentou 1,3 pontos percentuais, de 32,8% para 34,1%. Esse aumento deu-se na "generalidade das sub-regiões NUT III, com exceção da área metropolitana de Lisboa e do Alentejo Litoral, onde houve uma dimunuição.

Por outro lado, verificou-se que 26,2% da população residente empregada trabalhava na freguesia de residência, o que, em comparação com a última década, corresponde a um decréscimo de 2,3 pontos percentuais. Também a proporção de população residente que se deslocava para outra freguesia do mesmo município registou um decréscimo nos últimos dez anos, de 33,6% para 27,4% em 2021.

Os dados mostram ainda que apenas 5% da população empregada trabalhava a partir de casa. Já 1,7% da população trabalhava no estrangeiro e 5,4% não tinham um local de trabalho fixo.

Ao todo, havia "cerca de 4,4 milhões" de empregados em 2021, o que correspondia a 42,8% da população residente. Face a 2011, a percentagem de população residente empregada aumentou 1,5 pontos percentuais, sendo este aumento comum à maioria das sub-regiões do país, com exceção do Algarve e da Região Autónoma da Madeira.

Quanto ao índice de polarização do emprego, em 40 municípios, o número de empregados era superior à população residente. Desses, destacam-se Lisboa (2,1), Porto (1,9) e Sines (1,5). "Pelo contrário, com défice de emprego, encontramos os valores mais baixos em Odivelas e Seixal (0,5) e Moita (0,4). Os restantes distribuem-se de forma dispersa pelo território", referiu Maria José Aurindo, do gabinete para a coordenação de estatísticas territoriais do INE.

Mais de metade da população demora até 15 minutos a chegar ao trabalho
No que toca aos tempos de deslocação, os dados dos Censos evidenciam que mais de metade da população residente empregada (57,7%) demoravam, em 2021, até 15 minutos na deslocação de casa para o local de trabalho. Já 30,4% demoravam entre 16 e 30 minutos e 3,9% demoravam mais de uma hora na deslocação casa-trabalho.

Em termos sub-regionais, era na área metropolitana de Lisboa que a população residente empregada demorava, em média, mais tempo nas deslocações: 25,9 minutos. A duração média das deslocações casa-trabalho era também superior ao valor nacional em 2021, na sub-região da Lezíria do Tejo (21 minutos). 

Por outro lado, no Alto Tâmega, Terras de Trás-os-Montes e na Região Autónoma dos Açores, as deslocações de casa para o trabalho (e vice-versa) eram inferiores a 14 minutos em 2021.

Em 14 dos 18 municípios da área metropolitana de Lisboa, os tempos de deslocação eram superiores a 25 minutos. O menor valor de tempo médio de deslocação dentro da área metropolitana de Lisboa foi registado em Lisboa (21 minutos), ao passo que o maior foi registado no município do Barreiro (35,9 minutos).

O principal meio de transporte utilizado nas deslocações casa-trabalho era, em 2021, o automóvel ligeiro, com uma duração média de 18,8 minutos. Já o tempo médio da população empregada que utilizava, em 2021, o transporte coletivo como meio de transporte na deslocação para o trabalho era de 43,5 minutos.

(notícia atualizada às 12:30)
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