Luís Inácio Lula, o presidente eleito do Brasil, toma posse amanhã. O presidente da República, Jorge Sampaio, é um dos convidados para a cerimónia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, o embaixador de Portugal no Brasil, António Franco, Ferro Rodrigues, secretário-geral do Partido Socialista e o ex-primeiro-ministro António Guterres são presenças já confirmadas no evento.

A tomada de posse de Luís Inácio Lula é aguardada com expectativa pelas empresas portuguesas presentes no mercado brasileiro, como a Electricidade de Portugal (EDP), a Portugal Telecom (PT), a Sonae SGPS, Galp Energia, Brisa e Somague, entre outras.

Guido Mantega, assessor económico do presidente eleito do Brasil, afirmou recentemente que o novo Governo «pretende renegociar o sistema tarifário da energia e das telecomunicações, de forma pacífica, por forma a não criar pressões inflaccionistas no Brasil».

O presidente da EDP Brasil, Eduardo Bernini, já anunciou que a eléctrica nacional [EDP] recusa vir a renegociar as suas tarifas no Brasil, devido ao desajustamento que as tarifas apresentam face os custos incorridos.

A tomada de posse de Lula como presidente da República do Brasil marca uma nova viragem no Brasil, com a subida ao poder do ex-operário metalúrgico e líder do Partido Trabalhador (PT).

A situação do Brasil não é a mais favorável, já que 50 milhões de brasileiros vivem abaixo do limiar da pobreza, num universo de 170 milhões de habitantes e o défice orçamental ronda os 8,39 mil milhões de euros. Além disso, a dívida pública é de 270 mil milhões de euros.

Em relação aos futuros membros do Governo brasileiro, que amanhã serão anunciados, António Palocci é o eleito para a pasta da Fazenda, e considerado um dos pilares da administração de Lula. O Ministério das Minas e Energia ficará nas mãos de Dilma Roussef.

Para presidente do Banco Central, Lula escolheu Henrique Meirelles, o que é visto pelo mercado como uma boa opção, atendendo à inflação que o Brasil atravessa.