Notícia
Lucros da banca angolana crescem 65,8% em 2023, diz Deloitte
Em 2023, o crédito líquido concedido a clientes aumentou cerca de 40% e a qualidade do crédito - o rácio de cobertura das perdas para imparidade - reduziu de 22% para 19% com especial destaque para a descida na cobertura por imparidade dos créditos em incumprimento.
20 de Junho de 2024 às 13:03
Os bancos angolanos tiveram um aumento homólogo de 65,8% dos seus resultados líquidos, para 545 mil milhões de kwanzas (595 milhões de euros), explicado sobretudo pelos efeitos cambiais, segundo o estudo Banca em Análise, apresentado esta quinta-feira.
O aumento explica-se pelo crescimento de 261% dos resultados cambiais que totalizaram 452 mil milhões de kwanzas (493 milhões de euros), devido à desvalorização cambial do kwanza face ao euro e ao dólar, enquanto o produto bancário aumentou 48%, pode ler-se no estudo divulgado pela Deloitte Angola.
O estudo Banca em Análise, na sua 18.ª edição, foi elaborado a partir da informação financeira dos 23 bancos que operaram em Angola durante o ano de 2023, que "ficou marcado por uma desafiante conjuntura internacional, com impactos decorrentes dos conflitos geopolíticos e pela redução do preço do petróleo".
Em 2023, o crédito líquido concedido a clientes aumentou cerca de 40% e a qualidade do crédito - o rácio de cobertura das perdas para imparidade - reduziu de 22% para 19% com especial destaque para a descida na cobertura por imparidade dos créditos em incumprimento.
O rácio de crédito vencido, indica-se no comunicado da Deloitte, "registou um aumento marginal face a 2022, tendo-se cifrado em 20,8% em 2023, face a 20,6% verificado no período homólogo" e o total do crédito vencido sobre o ativo dos bancos passou de cerca de 5% em 2022 para 5,2%.
"Neste contexto, os bancos devem continuar a efetuar um esforço adicional para reforçar as imparidades para crédito, uma vez que a cobertura tem vindo a reduzir nos últimos anos", sublinha-se no documento.
Os depósitos registaram um aumento próximo de 31% face a 2022, inferior ao crescimento da massa monetária, que registou uma variação de 37,8% em 2023, refletindo o aumento do numerário que não foi captado pelo setor bancário.
Destaca-se também o crescimento dos resultados de ativos e passivos financeiros em torno dos 180 mil milhões de kwanzas face ao período homólogo resultante da mais-valia gerada pela alienação de dívida pública angolana efetuada por alguns bancos, segundo um comunicado de imprensa da consultora.
No estudo realça-se também a "evolução gradual, mas sustentada", do uso de meios de pagamento eletrónicos: registou-se um aumento de 10,5% no número de Cartões Multicaixa emitidos e de 11,1% no número de Caixas Automáticas (ATM), com as transações em TPA a aumentarem 25% no mesmo período.
A aplicação Multicaixa Express teve um crescimento próximo de 54,9% em 2023, enquanto o comércio eletrónico registou um acréscimo de 48% nas transações totais.
Citado no mesmo comunicado, o presidente da Deloitte Angola, José Barata, destacou o "cenário desafiante" do setor bancário, destacando a redução acentuada das receitas provenientes de operações com o exterior, menores retornos em investimentos em títulos de dívida pública e perdas na carteira de crédito.
O aumento explica-se pelo crescimento de 261% dos resultados cambiais que totalizaram 452 mil milhões de kwanzas (493 milhões de euros), devido à desvalorização cambial do kwanza face ao euro e ao dólar, enquanto o produto bancário aumentou 48%, pode ler-se no estudo divulgado pela Deloitte Angola.
Em 2023, o crédito líquido concedido a clientes aumentou cerca de 40% e a qualidade do crédito - o rácio de cobertura das perdas para imparidade - reduziu de 22% para 19% com especial destaque para a descida na cobertura por imparidade dos créditos em incumprimento.
O rácio de crédito vencido, indica-se no comunicado da Deloitte, "registou um aumento marginal face a 2022, tendo-se cifrado em 20,8% em 2023, face a 20,6% verificado no período homólogo" e o total do crédito vencido sobre o ativo dos bancos passou de cerca de 5% em 2022 para 5,2%.
"Neste contexto, os bancos devem continuar a efetuar um esforço adicional para reforçar as imparidades para crédito, uma vez que a cobertura tem vindo a reduzir nos últimos anos", sublinha-se no documento.
Os depósitos registaram um aumento próximo de 31% face a 2022, inferior ao crescimento da massa monetária, que registou uma variação de 37,8% em 2023, refletindo o aumento do numerário que não foi captado pelo setor bancário.
Destaca-se também o crescimento dos resultados de ativos e passivos financeiros em torno dos 180 mil milhões de kwanzas face ao período homólogo resultante da mais-valia gerada pela alienação de dívida pública angolana efetuada por alguns bancos, segundo um comunicado de imprensa da consultora.
No estudo realça-se também a "evolução gradual, mas sustentada", do uso de meios de pagamento eletrónicos: registou-se um aumento de 10,5% no número de Cartões Multicaixa emitidos e de 11,1% no número de Caixas Automáticas (ATM), com as transações em TPA a aumentarem 25% no mesmo período.
A aplicação Multicaixa Express teve um crescimento próximo de 54,9% em 2023, enquanto o comércio eletrónico registou um acréscimo de 48% nas transações totais.
Citado no mesmo comunicado, o presidente da Deloitte Angola, José Barata, destacou o "cenário desafiante" do setor bancário, destacando a redução acentuada das receitas provenientes de operações com o exterior, menores retornos em investimentos em títulos de dívida pública e perdas na carteira de crédito.