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«Low cost» não têm «roubado» clientes às companhias aéreas tradicionais
Os responsáveis da Associação de Turismo de Lisboa e a ANA sublinharam hoje a importância das transportadoras aéreas «low cost» para o desenvolvimento de Lisboa e apelaram à sensibilização de eventuais parceiros que fomentem este mercado, inclusivamente a
Os responsáveis da Associação de Turismo de Lisboa e a ANA- Aeroportos de Portugal sublinharam hoje a importância das transportadoras aéreas «low cost» para o desenvolvimento de Lisboa e apelaram à sensibilização de eventuais parceiros que fomentem este mercado, inclusivamente aos poderes institucionais. Francisco Severino, director geral da segunda entidade referida, sublinhou que estas transportadoras não têm «roubado» clientes às companhias tradicionais, como a TAP.
Durante a apresentação de um estudo sobre o perfil do passageiro «low-cost» de Lisboa relativamente ao primeiro semestre deste ano, o presidente da Associação de Turismo de Lisboa, Pedro Pinto, explicou que estes «estudos servem para sensibilizar todos os parceiros e também os poderes institucionais», uma vez que considera que estas empresas vieram acrescentar um novo mercado dentro do já existente.
O responsável acrescentou que este mercado «deu um salto nos últimos dois três anos» e que actualmente as «low-cost» «são fundamentais no desenvolvimento, ou mesmo na criação de destinos essencialmente urbanos».
Neste sentido, o turismo achou que devia incentivar estas companhias aéreas a vir para Portugal e acredita que «são, por isso, justificadas todas as medidas que possam ser adoptadas para captar novas rotas destas companhias», explicando que esses incentivos passam por investimento em «marketing» e não em subsídios.
Estrutura aeroportuária de Lisboa apresenta problemas de operacionalidade e de custos
No entanto, sublinhou que apesar do esforços «assinaláveis» da direcção da ANA e da sua acção com o Turismo de Lisboa, esta estrutura aeroportuária «apresenta problemas de operacionalidade e de custos que, por um lado, têm originado tarifas menos competitivas que as de alguma concorrência».
Pedro Pinto explicou que «mais do que discutir um novo aeroporto, é preciso, no imediato, criar condições para atrair mais companhias ‘low cost’ para operarem em Lisboa, para atingirmos um novo patamar enquanto destino urbanístico» e ir de encontro à oferta hoteleira.
Por seu lado, o director geral da ANA, Francisco Severino, também sublinhou a importância das «low cost» e das parcerias, mas também referiu que o aeroporto de Lisboa está «condenado ao seu limite máximo».
A solução para aumentar a sua capacidade era fazer um segunda pista no Aeroporto de Lisboa, salientando que estão a aumentar o que podem para ir de encontro à capacidade máxima e que, quanto às taxas, não podem ser alteradas. O mesmo responsável revelou ainda que o aeroporto tem cerca de 32 movimentos por hora e que no próximo Inverno passará a ter 34.
TAP arrecadou 60% do total do orçamento da ANA para 2004 e 2005
Francisco Severino assegurou que este mercado, apesar de estar a crescer e de poder vir ainda a aumentar com a entrada da EasyJet, não «está a roubar clientes às companhias aéreas tradicionais». Como argumento explicou que a ANA tem uma política de incentivos (apenas para marketing), a que têm acesso todas as empresas, e que a TAP foi quem mais recebeu.
Ou seja, do total dos orçamentos de 400 mil euros para 2005 e de 150 mil euros para 2004, a TAP arrecadou 60%. Para receber estes incentivos avalia-se entre outros o aumento de frequências de uma transportadora e a criação de uma nova rota.
Actualmente as «low cost» têm uma quota de mercado de 5% no Aeroporto de Lisboa, estimando-se que dentro de dois a três anos esperam ter 8%, uma subida explicada também com a entrada da easyJet em Lisboa em Outubro.
A médio prazo, com ajuda do novo aeroporto, a quota deverá subir para 12%.