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Líder do PCP lamenta "campanha brutal" sobre lei do financiamento dos partidos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, lamentou, este sábado, que se assista a "uma campanha brutal, que confunde e baralha", sobre a lei do financiamento dos partidos.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. Miguel Baltazar
13 de Janeiro de 2018 às 17:39
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O líder do PCP lamentou aquilo que classificou como "uma campanha brutal, que confunde e baralha", sobre a lei do financiamento dos partidos.

 

Ao intervir no final de um almoço em Moimenta da Beira, no distrito de Viseu, este sábado, Jerónimo de Sousa disse que a Assembleia da República apenas respondeu ao Tribunal Constitucional no sentido de "clarificar alguns normativos".

 

"Votou isso no plenário, às claras, mas veio uma campanha brutal: às escondidas, os partidos a safarem-se, a serem financiados em milhões e milhões, quando se tratava apenas de uma clarificação e de medidas de acerto, permitindo assim uma maior transparência", frisou.

 

Jerónimo de Sousa lamentou que ataquem "precisamente o PCP, dizendo que está a receber milhões e milhões de benefícios".

 

"Há quem viva à conta do Estado, quem queira transformar os seus partidos políticos em departamentos do Estado. Eu até admito que muitos entendem que o seu partido não vale nada, o que interessam são eles próprios", considerou.

 

Segundo o líder comunista, o PCP é um partido que "vive fundamentalmente da contribuição dos seus militantes e amigos e das suas iniciativas, como a Festa do Avante".

 

"O PCP apresentou uma proposta da redução da subvenção aos partidos políticos por parte do Estado. Qual foi o seu destino? Votaram contra. E, por isso, agora estão preocupadíssimos que na Festa do Avante se façam mais mil, dois mil ou cinco mil euros", criticou.

 

Jerónimo de Sousa deixou um recado: "Façam como nós, vão ter com os seus militantes, com os amigos, para podermos agir politicamente na defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo".

 

O Presidente da República vetou as alterações à lei do financiamento dos partidos políticos, "com base na ausência de fundamentação publicamente escrutinável quanto à mudança introduzida no modo de financiamento dos partidos políticos".

 

O veto presidencial obriga os deputados a uma de duas opções: ou alteram o diploma, aprovado em Dezembro por PSD, PS, BE, PCP e PEV e votos contra de CDS-PP e PAN, para ultrapassarem as dúvidas do chefe do Estado, ou confirmam a lei com uma maioria alargada de dois terços.

 

O secretário-geral do PCP aproveitou o discurso para criticar "as mentiras, as falsas notícias que proliferam" não só em relação à lei de financiamento dos partidos, mas também "à diminuição dos cortes dos valores das reformas".

 

Na sua opinião, trata-se de tentar "confundir tudo e todos, inventar e empolar de casos e casinhos à volta de tudo e de nada" e do "acinte à violência da campanha para desacreditar a política de reposição de direitos e rendimentos".

 

"Um jornal declarou que as reformas vão baixar em Janeiro. As reformas vão ser aumentadas durante este ano em mais dez euros, eles dizem que vão diminuir", criticou, numa alusão a uma notícia da edição de quinta-feira do Correio da Manhã.

 

Jerónimo de Sousa disse que o Governo anterior usou "um truque" ao baixar "a carga negativa dos congelamentos nas reformas, dando um duodécimo, mas roubando ao subsídio de Natal".

 

"Esta reposição do subsídio de Natal tem uma carga simbólica. Foi uma conquista, um direito de Abril", frisou.

 

O líder comunista congratulou-se por, no Natal deste ano, os reformados e pensionistas poderem ter subsídio para dar "um mimo" aos netos e aos filhos ou "para resolver um problema, desde o selo do carro, à prestação disto ou daquilo".

 

"Assim, restituímos a dignidade a esse direito de Abril, o que fica insuportável para aqueles que andam a toque de caixa do grande capital", acrescentou.

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