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Leão: Economia portuguesa com recuperação "rápida e melhor do que o esperado"
João Leão destaca os setores da construção e da indústria na recuperação da economia portuguesa e, numa entrevista à Bloomberg, confia que os fundos da União Europeia vão contribuir para aumentar a produtividade e também o potencial de crescimento.
O ministro das Finanças português mostra-se otimista com a recuperação da economia portuguesa, afirmando que o crescimento está a ser melhor do que o esperado, apesar do 'outlook' ser ainda muito incerto.
"A economia está a recuperar de forma rápida e melhor do que o esperado em Portugal e na Europa", afirmou João Leão numa entrevista à Bloomberg TV em Berlim, onde está a participar na reunião do Eurogrupo.
Apesar de salientar que a recuperação ainda não é completa, o ministro das Finanças português afirma que o terceiro trimestre está correr "muito bem" para o setor da construção e que a indústria também está a recuperar.
Até o turismo, que foi muito afetado, dá sinais de retoma, afirmou João Leão à televisão da agência de notícias norte-americana, destacando que o número de turistas britânicos e de fora da Europa caiu fortemente, mas o turismo interno e de Espanha está positivo.
"O Governo está a implementar medidas muito fortes para proteger as empresas, o emprego e os rendimentos das famílias. Isto está a ajudar a recuperação da economia", acrescentou o ministro português.
João Leão afirmou que a recente valorização do euro mostra confiança dos mercados na união da Europa para enfrentar a crise, mas admitiu que a "situação ideal" passaria por a taxa de câmbio face ao dólar não continuar a aumentar, pois tal penaliza o turismo e não ajuda no esforço de elevar a taxa de inflação da Zona Euro.
O ministro destacou a importância dos fundos de recuperação da União Europeia, que vão ajudar no curto prazo, mas também a "reestruturar a economia portuguesa no médio prazo", sobretudo na transição digital e transição energética, para "aumentar a produtividade e também o potencial de crescimento".
A economia portuguesa registou uma contração de 16,3% no segundo trimestre, o que representa a quarta maior queda na União Europeia. As previsões da Comissão Europeia apontam para uma queda de 9,8% no PIB deste ano e uma subida de 6% em 2011.