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Lagarde: Regresso do risco soberano nalguns países do euro ameaça economia mundial

À semelhança do que já tinha dito ontem, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, declarou este domingo que a economia mundial enfrenta crescentes riscos, um dos quais devido ao aumento das tensões comerciais. Mas também alertou para o regresso do risco soberano nalguns países da Zona Euro.

Presidente do BCE: Christine Lagarde
EPA
22 de Julho de 2018 às 20:34
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A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, deixou hoje algumas advertências em Buenos Aires, no fim do segundo e último dia de reuniões dos líderes económicos do G20 – que agrega as 19 maiores economias mundiais e a União Europeia.

 

"A reunião de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais do G20 teve lugar no contexto de um forte crescimento mundial contínuo, mas desigual. Com efeito, a economia mundial enfrenta crescentes riscos, especialmente de curto prazo, devido ao aumento das tensões comerciais, às pressões financeiras nas economias emergentes vulneráveis e ao regresso do risco soberano nalgumas partes da Zona Euro", declarou, embora sem especificar este último ponto.

 

"Durante as reuniões [do fim-de-semana] instei os responsáveis políticos a abordarem estes riscos de forma decisiva e com um espírito de cooperação, de modo a garantir que o recente período de forte crescimento perdure e que os dividendos sejam repartidos mais amplamente", prosseguiu Lagarde.

 

Segundo a directora-geral do FMI, isto é especialmente crucial quando se trata de salvaguardar o sistema de comércio internacional aberto. "Instei uma vez mais a que os conflitos comerciais se resolvam através da cooperação internacional, sem se recorrer a medidas excepcionais".

 

Lagarde considera também que as políticas macroeconómicas deverão adaptar-se às perspectivas em mudança, tendo em conta as circunstâncias individuais. "Em muitos países, especialmente os que têm elevados défices das contas correntes, isto significa evitar as políticas orçamentais procíclicas para ajudar a colocar a dívida num caminho decrescente; e nos países com forte superávite e com margem orçamental, significa investir mais em capital humano e físico para aumentar o potencial de produção de catalisar o investimento privado". "Estes passos também ajudarão a moderar os desequilíbros económicos globais", sublinhou.

 

Já em resposta à volatilidade financeira, Lagarde entende que "a flexibilidade dos câmbios deverá continuar a desempenhar um papel para amortecer os choques nas economias emergentes, e as políticas prudenciais deverão abordar as vulnerabilidades financeiras generalizadas".

 

"Foi amplamente consensual, no nosso encontro, que os benefícios de um sistema de regulação financeira sólido compensam os seus custos e que a cooperação global continua a ser muito importante. Também houve avanços nos debates sobre a inovação financeira e sobre a importância de aproveitar o potencial das ‘fintech’ ao mesmo tempo que se mitigam os riscos", acrescentou a líder do Fundo.

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