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Lagarde: 10 anos após o colapso do Lehman o “sistema está mais seguro, mas não o suficiente”

A directora-geral do FMI elogia os passos que foram dados desde o colapso do Lehman Brothers, há dez anos. Contudo, Christine Lagarde realça que os desafios persistem e que o sistema está "mais seguro, mas não o suficiente". E alerta que "é necessário abrir bem os olhos para prevermos a próxima crise".

Presidente do BCE: Christine Lagarde
EPA
05 de Setembro de 2018 às 15:48
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A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que foi percorrido um longo caminho, dez anos depois do colapso do Lehman Brothers. Contudo, Christine Lagarde alerta que ainda há desafios e que o sistema financeiro "está mais seguro, mas não o suficiente". 

 

"Como estamos no 10.º aniversário do colapso do Lehman? Percorremos um longo caminho, mas não é suficiente. O sistema está mais seguro, mas não suficientemente seguro. O crescimento recuperou", mas esta expansão não se generalizou a todos os países, afirmou Christine Lagarde num post do blog no site do FMI.

 

Para a directora-geral do fundo, ainda há desafios a superar. "Demasiados bancos, especialmente na Europa, continuam fracos. O capital das instituições financeiras tem de aumentar. Os bancos demasiado grandes para falir continuam a ser um problema, uma vez que continuam a crescer em dimensão e complexidade", alertou a responsável.

 

Além disso, há ainda os chamados bancos sombra e os novos "players" no sector financeiro. "A inovação financeira – incluindo a negociação de alta frequência e as fintech – aumenta os desafios para a estabilidade financeira", disse Lagarde, referindo-se também à pressão exercida pela regulação imposta após a crise.

 

"Não sabemos de onde virá a próxima crise (…) É necessário abrir bem os olhos e ter um raio de visão o mais abrangente possível para prevermos a próxima crise", salientou a responsável pelo FMI.

Para Lagarde, o mundo enfrenta agora "novos desafios", provocados pela regulação financeira, proteccionismo, mas também pelo aumento dos desequilíbrios globais. "Como respondemos a estes desafios vai determinar se aprendemos mesmo com o [colapso] do Lehman. Neste sentido, o verdadeiro legado da crise não pode ser avaliado adequadamente após dez anos -- porque ainda está a ser escrito", remata.


 

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