Notícia
Itália: Governo só pedirá ajuda externa se juros da dívida dispararem
Itália, tal como Espanha, só se irá sujeitar às condições associadas a um pedido de ajuda externa se as taxas de juro da sua dívida soberana dispararem. Por isso, o acesso à ajuda do BCE está condicionado pela evolução dos mercados de dívida, defendeu um responsável do Governo de Itália.
21 de Setembro de 2012 às 09:25
O secretário de Estado das Finanças italiano, Gianfranco Polillo, disse em entrevista à Bloomberg que nenhum Governo cede a soberania sem ser obrigado a isso. Como tal, só uma subida dos juros soberanos é que levará Itália, ou Espanha, a pedirem ajuda externa e a beneficiarem do apoio do Banco Central Europeu, afirmou.
“Não haverá nenhum país que voluntariamente, numa medida de precaução, mesmo que racionalmente justificada, vá ter com um organismo internacional e diga – ‘Eu cedo a minha soberania’”, disse Polillo à Bloomberg. “Excluo essa hipótese para Espanha e qualquer outro país.”
O compromisso assumido por Mario Draghi de comprar dívida soberana no mercado secundário dos países que acedam a programas de financiamento junto da troika internacional foi feito com intuito de normalizar os juros da dívida. O compromisso do BCE levou os juros da dívida dos dois países a quedas.
Não é, portanto, expectável que estes países peçam ajuda, a não ser que as “yields” implícitas nas suas dívidas disparem para taxas insustentáveis, defendeu o secretário de Estado das Finanças de Itália.
O programa “só será activado quando um país tiver água pelo pescoço”, no que diz respeito ao custo de financiar a sua dívida, afirmou Polillo. Os custos de um pedido de ajuda “seriam muito pesados tanto de um ponto de vista político como económico”.
Contudo, a incerteza associada à corrida das eleições legislativas de Abril pode aumentar o risco de que Itália acabe por ter de recorrer à ajuda externa, já que a votação dos italianos pode não permitir a criação de um Governo com uma maioria estável.
“Se os mercados tiverem uma percepção de que se espera incerteza política, devem antecipar decisões negativas para Itália”, disse o secretário de Estado. A incerteza do mercado relativamente ao futuro político do país “iria aumentar o prémio de risco [de Itália] forçando-nos a pedir ajuda.”
“Não haverá nenhum país que voluntariamente, numa medida de precaução, mesmo que racionalmente justificada, vá ter com um organismo internacional e diga – ‘Eu cedo a minha soberania’”, disse Polillo à Bloomberg. “Excluo essa hipótese para Espanha e qualquer outro país.”
Não é, portanto, expectável que estes países peçam ajuda, a não ser que as “yields” implícitas nas suas dívidas disparem para taxas insustentáveis, defendeu o secretário de Estado das Finanças de Itália.
O programa “só será activado quando um país tiver água pelo pescoço”, no que diz respeito ao custo de financiar a sua dívida, afirmou Polillo. Os custos de um pedido de ajuda “seriam muito pesados tanto de um ponto de vista político como económico”.
Contudo, a incerteza associada à corrida das eleições legislativas de Abril pode aumentar o risco de que Itália acabe por ter de recorrer à ajuda externa, já que a votação dos italianos pode não permitir a criação de um Governo com uma maioria estável.
“Se os mercados tiverem uma percepção de que se espera incerteza política, devem antecipar decisões negativas para Itália”, disse o secretário de Estado. A incerteza do mercado relativamente ao futuro político do país “iria aumentar o prémio de risco [de Itália] forçando-nos a pedir ajuda.”