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Itália: Governo só pedirá ajuda externa se juros da dívida dispararem
Itália, tal como Espanha, só se irá sujeitar às condições associadas a um pedido de ajuda externa se as taxas de juro da sua dívida soberana dispararem. Por isso, o acesso à ajuda do BCE está condicionado pela evolução dos mercados de dívida, defendeu um responsável do Governo de Itália.
21 de Setembro de 2012 às 09:25
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“Não haverá nenhum país que voluntariamente, numa medida de precaução, mesmo que racionalmente justificada, vá ter com um organismo internacional e diga – ‘Eu cedo a minha soberania’”, disse Polillo à Bloomberg. “Excluo essa hipótese para Espanha e qualquer outro país.”
Não é, portanto, expectável que estes países peçam ajuda, a não ser que as “yields” implícitas nas suas dívidas disparem para taxas insustentáveis, defendeu o secretário de Estado das Finanças de Itália.
O programa “só será activado quando um país tiver água pelo pescoço”, no que diz respeito ao custo de financiar a sua dívida, afirmou Polillo. Os custos de um pedido de ajuda “seriam muito pesados tanto de um ponto de vista político como económico”.
Contudo, a incerteza associada à corrida das eleições legislativas de Abril pode aumentar o risco de que Itália acabe por ter de recorrer à ajuda externa, já que a votação dos italianos pode não permitir a criação de um Governo com uma maioria estável.
“Se os mercados tiverem uma percepção de que se espera incerteza política, devem antecipar decisões negativas para Itália”, disse o secretário de Estado. A incerteza do mercado relativamente ao futuro político do país “iria aumentar o prémio de risco [de Itália] forçando-nos a pedir ajuda.”