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Hosni Mubarak: de poderoso "faraó" a preso condenado

O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que hoje morreu aos 84 anos, liderou o Egipto com mão-de-ferro durante 30 anos, até ser derrubado pelos levantamentos populares que abalaram vários países do mundo árabe em 2011.

19 de Junho de 2012 às 01:04
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O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, que hoje morreu aos 84 anos, liderou o Egipto com mão-de-ferro durante 30 anos, até ser derrubado pelos levantamentos populares que abalaram vários países do mundo árabe em 2011.

Alguns meses depois da queda do seu regime, a 3 de Agosto, o antigo chefe de Estado egípcio tornou-se no primeiro dirigente derrubado pela vaga de contestação popular da "primavera árabe" a comparecer perante a justiça.



Em 2 de Junho deste ano, Mubarak foi condenado a prisão perpétua por não ter impedido que as forças de segurança matassem mais de 800 manifestantes durante a revolta popular no Egipto.



Durante o julgamento, o antigo governante egípcio compareceu diante do tribunal deitado numa maca, revelando um estado de saúde debilitado.



Desde a detenção até à condenação, um período de 13 meses, Mubarak esteve sempre internado em hospitais, primeiro na estância de Charm el-Cheikh e, depois, num hospital militar nos arredores do Cairo.



Segundo a agência oficial egípcia, Hosni Mubarak foi hoje declarado clinicamente morto, depois de ter sofrido um ataque cardíaco.



Ao longo das três décadas em que esteve no poder, Mubarak foi reconhecido como um sobrevivente em todos os sentidos, tanto político como até físico, ao escapar ileso de pelo menos seis tentativas de assassinato.



A 6 de Outubro de 1981, Mubarak assistia ao lado do então presidente egípcio Anwar Sadat a uma parada militar no Cairo. Sadat seria assassinado nesse dia por radicais islâmicos.



Oito dias depois, Mubarak, um militar de carreira e que assumia na altura o cargo de vice-presidente, tornava-se o sucessor de Sadat.



O militar transformava-se no rosto de um regime autoritário, que os egípcios encararam durante décadas como uma dinastia de estilo faraónico.



O estilo rígido e austero como conduziu o país deu estabilidade interna ao Egipto durante anos e a aliança privilegiada que manteve com os Estados Unidos foi um garante para a influência externa do país.



Nascido numa pequena aldeia da província de Menofya, no Delta do Nilo, em 1928, Mubarak formou-se aos 21 anos na Academia Militar Egípcia. No mesmo ano, em 1949, transitou para a Força Aérea.



Já chefe do Estado-maior da Força Aérea durante a Guerra do Yom Kippur, em 1973, Hosni Mubarak tornou-se numa figura de destaque, devido ao papel da aviação egípcia no conflito. Em 1974, foi promovido a marechal. Um ano depois, seria escolhido para a vice-presidência do país.



Durante as décadas de 1980 e 1990, Mubarak venceu três eleições sem oposição. Só em 2005 é que a oposição foi a votos, após intensa pressão internacional.



A poucos dias da queda do regime, a 1 de Fevereiro, Hosni Mubarak, apelidado como o último "faraó", afirmou num discurso à nação que tencionava morrer no Egipto.



Após a divulgação da sentença, o ex-presidente egípcio foi transferido para a prisão de Tora, onde deu entrada na enfermaria do estabelecimento prisional, localizado nos arredores sul do Cairo.

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