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Há "casos de riqueza imerecida que nos chocam"

O Presidente da República falou pela segunda vez no seu mandato dos salários dos gestores, referindo este ano os casos de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno . Disse ainda que deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam. E avisou: A injustiça social cria sentimentos de revolta .

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O Presidente da República falou pela segunda vez no seu mandato dos salários dos gestores, referindo este ano os casos de “empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno”. Disse ainda que “deparamos quase todos os dias com casos de riqueza imerecida que nos chocam. E avisou: “A injustiça social cria sentimentos de revolta”.Aníbal Cavaco Silva começou por recordar a intervenção de Ano Novo de 2008 quando pela primeira vez alertou para os salários dos gestores.

E nessse contexto relembrou que disse: “Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e da necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”.Na altura, recorda, o seu alerta não foi acolhido por algunas.

Hoje, diz, “não me surpreende que sejam muitos os que se mostram indignados face aos salários, compensações e prémios que, segundo a comunicação social, são concedidos a gestores de empresas que beneficiam de situações vantajosas no mercado interno.” Não se referiu a nenhuma empresa em particular.E logo a seguir recordou o que no passado também disse sobre a origem da crise financeira que se iniciou em 2007.

“Na génese da actual crise financeira e económica internacional encontra-se a violação de princípios éticos no mundo dos negócios e a avidez do lucro fácil”, voltou a alertar, acrescentando que as estes factores “se juntaram deficiências na regulação e supervisão dos mercados e das instituições financeiras.”As referências aos salários dos gestores foram enquadradas pelos objectivos que estivaram na origem do 25 de Abril.

Começando por lembrar que o 25 de Abril “foi feito em nome da liberdade, mas também em nome de uma sociedade mais justa e solidária”, o Presidente considerou que é na justiça e solidariedade “que o balanço destas três décadas de democracia se revela menos conseguido”.

O país está mais justo do que em 1974 mas, diz, “persistem desigualdades sociais e, sobretudo, situações de pobreza e de exclusão que são indignas da memória dos que fizeram a revolução de Abril”.O Presidente concluiu esta sua avaliação avisando: “As injustiças sociais e a falta de ética são dois factores que, quando combinados, têm efeitos extremamente corrosivos para a confiança nas instituições e para o futuro do País”.

E alertou ainda que “a injustiça social cria sentimentos de revolta, sobretudo quando lhe está associada a ideia de que não há justiça igual para todos.”

Veja aqui as outras notícias sobre a intervenção do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República:

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O mar é o "desígnio" que Portugal precisa

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E pode ainda consultar:

Discurso do Presidente da República nos 36 anos do 25 de Abril de 1974

E ainda
O discurso de ano novo de 1 de Janeiro de 2008 em que fala pela primeira vez sobre os salários dos gestores
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