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Guterres diz depressão económica e inflação descontrolada são «mitos»

O primeiro-ministro, António Guterres, afirmou hoje que a depressão económica e a inflação descontrolada são «mitos», no discurso de abertura do debate mensal, realizado na Assembleia da República.

27 de Abril de 2001 às 13:37
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O primeiro-ministro, António Guterres, afirmou hoje que a depressão económica e a inflação descontrolada são «mitos», no discurso de abertura do debate mensal, realizado na Assembleia da República.

O líder do Executivo afirmou que «a depressão implica uma taxa de crescimento negativa» da economia, o que não aconteceu no ano 2000, que o produto interno bruto (PIB) avançou 3,3%, nem deverá acontecer num «futuro próximo».

As declarações de Guterres surgiram no mesmo dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que o PIB português cresceu 3,3% no último ano, o mesmo nível registado no ano anterior.

O líder do Governo rejeitou também a tese de divergência entre o crescimento nacional e da União Europeia (UE), sublinhando que no último ano, a economia dos Quinze avançou 3,4% face ao ano anterior, com a diferença de 0,1% relativamente à economia nacional a ser considerada «inexistente», sendo «anulada tendo em conta as paridades do poder de compra».

António Guterres afirmou também que «vivemos um surto de inflação controlada mas conjuntural», mas afastou a tese de que a inflação estaria «descontrolada», em resultado das «políticas do Governo e em particular da despesa pública.

Segundo a mesma fonte, o aumento recente da inflação deveu-se aos preços dos produtos petrolíferos e alimentares, com estes últimos a serem afectados pelo mau tempo e pelos surtos de doenças animais, referindo-se implicitamente à doença das vacas loucas e à febre aftosa.

No mês de Março, a inflação nacional situava-se nos 3,6%, acima dos 2,6% registados na Zona Euro, com estes dois números a estarem acima da meta de 2% traçada pelo Banco Central Europeu (BCE).

A Comissão Europeia avançou esta semana, no seu relatório de Primavera, com estimativas que apontam para uma taxa de inflação nacional na ordem dos 3,5% para o total do corrente ano.

Caso se confirmem as estimativas daquela organismo, o diferencial face à taxa de inflação da Zona Euro vai aumentar até final deste ano, uma vez que as previsões relativas ao conjunto dos países que integram a União Económica e Monetária (UEM) apontam para uma progressão dos preços de 2,2% em 2001, fazendo com que diferença se estenda de um ponto percentual para os 1,3 pontos percentuais.

Relativamente ao crescimento económico, a Comissão Europeia prevê um aumento de 2,6% no PIB nacional em 2001, números abaixo das estimativas do Governo, que apontam para uma expansão da economia a um ritmo anual de 3%.

Para a Zona Euro, a Comissão Europeia avançou com uma previsão de crescimento na ordem dos 2,8% em 2001, 0,2 pontos percentuais acima das previsões para a economia nacional.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou também no decorrer desta semana as suas previsões para a evolução da economia portuguesa, tendo avançado com a taxa de crescimento de 2,4% em 2001.

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