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Guterres pedirá "reforma ambiciosa" das finanças mundiais na cimeira de Paris

A "Cimeira por um novo pacto financeiro global", promovida por Macron, reunirá na quinta e sexta-feira representantes de cerca de uma centena de países - entre eles 50 chefes de Estado e de Governo.

Lusa/EPA
21 de Junho de 2023 às 00:03
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, vai a Paris para participar na cimeira organizada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, onde exigirá uma "reforma ambiciosa" da arquitetura financeira internacional e medidas imediatas para ajudar as economias emergentes.

O anúncio foi feito pelo seu porta-voz adjunto, Farhan Haq, que lembrou que Guterres já faz estes apelos há algum tempo, incluindo a ideia de criar um "pacote de estímulos" que permita às nações menos desenvolvidas cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A "Cimeira por um novo pacto financeiro global", promovida por Macron, reunirá na quinta e sexta-feira representantes de cerca de uma centena de países - entre eles 50 chefes de Estado e de Governo.

São esperados também filantropos, representantes da sociedade civil, do setor privado e grandes instituições internacionais.

É uma iniciativa "aberta" para levar a conversa adiante, já que a França não recebeu nenhum "mandato" específico para tomar decisões concretas, segundo fontes do Eliseu.

França quer contribuir para que nenhum país "tenha que escolher entre reduzir a pobreza e proteger o planeta", de acordo com as mesmas fontes.

Durante a sua visita a França, Guterres prevê manter um encontro bilateral com Macron e aproveitar para participar num fórum com estudantes e académicos do Instituto de Estudos Políticos de Paris.

O tema do financiamento ao desenvolvimento interessa particularmente a África, com esta cimeira a contar com a presença de cerca de 20 chefes de Estado do continente, incluindo o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, mas também dos presidentes do Senegal, Macky Sall e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Por muitos países estarem impedidos de se financiar devido à dívida externa acumulada, o Eliseu quer também reformar os instrumentos de financiamento, de forma a abrir aos Estados a possibilidade de investimento caso isso tenha um impacto importante na luta contra o aquecimento global ou em resposta a fenómenos extremos, como os desastres naturais.

As delegações devem sair de Paris na sexta-feira, com um roteiro que vai continuar a ser aprimorado nas próximas reuniões do G20, mas também da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ou COP 28, que vai decorrer em dezembro no Dubai.
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