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Greve nacional da função pública atinge transportes, hospitais e repartições

A greve da função pública convocada para hoje far-se-á sentir em todos os serviços com atendimento directo ao público, sejam da administração central, como os hospitais, tribunais, e repartições públicas de Finanças e registos, ou das autarquias, como a l

15 de Julho de 2005 às 08:55
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A greve da função pública convocada para hoje far-se-á sentir em todos os serviços com atendimento directo ao público, sejam da administração central, como os hospitais, tribunais, e repartições públicas de Finanças e registos, ou das autarquias, como a limpeza e recolha de lixo, a que se juntam também os transportes públicos.

Segundo noticia o «Público», os serviços centrais de diversos ministérios como o da Agricultura ou do Trabalho estarão igualmente encerrados. No entanto, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) garante que "todos os serviços mínimos serão cumpridos".

Convocado há algumas semanas por iniciativa da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, afecta à CGTP, o protesto concentrará também os esforços do STE, ligado à UGT, dos Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Local, bem como dos Trabalhadores dos Impostos, e de várias outras organizações, que marcaram mais tarde o seu protesto para o mesmo dia.

Estas entidades esperam "uma adesão significativa dos trabalhadores", tendo em conta a participação "expressiva" na manifestação de 17 de Junho, que terá juntado em Lisboa cerca de 50 mil pessoas, e os plenários realizados nos locais de trabalho, disse ao «Público» Manuel Ramos, da Frente Comum.

Esta iniciativa demonstra uma cisão entre as estruturas dependentes da UGT, já que a Fesap - Frente Sindical da Administração Pública se recusa a participar na greve. A Fesap considera que antes de enveredar pela paralisação se devem esgotar as possibilidades de negociação e, em comunicado, afirma que "as jornadas de contestação, em unidade, contra as políticas erradas do Governo, se justificarão, de facto, se elas o obrigarem a sentar-se à mesa das negociações".

A estrutura já avisou, no entanto, que se a posição governamental se mantiver, em Setembro, "lançará com certeza o apelo para a adopção de formas mais radicais" de protesto. A última vez que as três grandes organizações sindicais se juntaram numa iniciativa do género foi em Janeiro do ano passado, em protesto contra a reforma da administração pública e a degradação salarial.

Hoje, os funcionários públicos faltam ao trabalho como forma de protesto pelas medidas anunciadas pelo Governo para o sector público para ajudar a combater o défice, nomeadamente o aumento da idade da reforma, o congelamento das carreiras com a suspensão da contagem do tempo de serviço para progressão, o fim dos suplementos, a redução do subsídio por doença. Da lista de protestos faz também parte o actual sistema de avaliação e desempenho (SIADAP), que mal começou a ser implementado por falta de formação e que reduz as quotas das avaliações máximas que permitem a promoção dos funcionários.

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