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Grécia deverá ter mais dois anos para cumprir programa de ajustamento

A Grécia vai ter mais dois anos, até 2016, para cumprir o programa de ajustamento financeiro negociado com a 'troika' da União Europeia e do FMI, noticia hoje o matutino alemão Sueddeutsche Zeitung.

24 de Outubro de 2012 às 09:39
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Os prazos para o governo em Atenas baixar o défice orçamental para três por cento e para implementar reformas estruturais no mercado de trabalho e no sector energético, bem como a privatização de empresas e bens públicos, deverão ser prolongados, adianta o mesmo jornal, citando fontes comunitárias.

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, poderá também contar com a transferência da próxima tranche de 32.000 milhões de euros do resgate concedido ao seu país, revela o jornal de referência de Munique.

Não está ainda claro, no entanto, como é que deverão ser supridas em 2013 e 2014 as lacunas no financiamento a Atenas resultantes do prolongamento do prazo do programa de resgate de 2014 para 2016.

Calcula-se que, devido a esta prorrogação, nos próximos dois anos Atenas necessitará de ajudas adicionais dos credores internacionais da ordem dos 15.000 a 18.000 milhões de euros.

Após a alteração do programa, até finais de 2015 a Grécia deverá obter 8.800 milhões de euros com a venda de empresas públicas, em vez dos 19.000 milhões que estavam orçamentados, diz o Sueddeutsche Zeitung.

O jornal teve acesso ao novo memorando de entendimento a divulgar em breve pela 'troika' (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) e pelo executivo helénico.

Os parceiros europeus aprovaram a prorrogação do prazo por terem constatado que a Grécia está disposta a aplicar as reformas negociadas e porque os acrescidos problemas financeiros deste país da Zona Euro decorrem da profunda recessão que o afecta e não tanto de erros políticos, sublinha o matutino alemão.

Além disso, uma saída da Grécia do euro, defendida por alguns analistas, seria demasiado arriscada, segundo as fontes consultadas pelo Sueddeutsche Zeitung.

O Governo alemão recusou-se a comentar a notícia de que a Grécia terá mais dois anos para recuperar a sua economia, reiterando que só assumirá uma posição oficial depois de conhecido o relatório a publicar pela 'troika', que nos últimos meses tem estado em Atenas a analisar as contas helénicas.

Jörg Asmussen, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), negou, no entanto, que já haja um acordo definitivo com o governo grego para dar mais tempo à Grécia para cumprir o programa de ajustamento.

"Também li isso. Não há até agora um acordo definitivo da 'troika' com o governo grego. Há progressos em Atenas, mas ainda não estamos nesse ponto", disse Asmussen à estação pública alemã de televisão ARD.

Asmussen admitiu, porém, que um alargamento do prazo concedido à Grécia implicará a concessão de novas ajudas financeiras ao país.

"Se adiamos os objectivos orçamentais em dois anos, isso significa também [a concessão] de mais ajudas financeiras por parte dos parceiros europeus de Atenas para compensar os défices esperados em 2014 e 2015", disse.

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