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Governo formaliza candidatura de Guterres a secretário-geral da ONU
O Governo de António Costa formalizou esta segunda-feira a candidatura de António Guterres ao mais alto cargo das Nações Unidas, através de uma carta do primeiro-ministro aos presidentes da assembleia-geral e do Conselho de Segurança da ONU.
O Executivo português apresentou oficialmente a candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, dizendo, em comunicado, tratar-se de "um candidato excepcionalmente qualificado para o desempenho daquele lugar". Além disso, sublinha, "esta candidatura é objecto de um amplo consenso interno".
O ex-primeiro-ministro e, até Dezembro passado, alto-comissário da ONU para os Refugiados, tinha já anunciado no passado mês a sua intenção de se candidatar ao cargo. No dia 22 de Janeiro, o jornal Público avançou com a notícia, que foi entretanto confirmada no mesmo dia pelo Governo português. Desde essa data, Guterres tem recebido apoios das mais variadas frentes.
"No decurso de uma longa carreira de serviço público, nomeadamente enquanto primeiro-ministro (1995-2002) e alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (2005-2015), o Engº António Guterres deu provas do seu compromisso com os ideais humanistas consagrados nos objectivos e nos princípios da Carta das Nações Unidas, bem como da sua capacidade de liderança e gestão ao mais alto nível", diz o comunicado do gabinete de António Costa.
O comunicado destaca ainda que "são amplamente reconhecidas as suas competências diplomáticas, essenciais para gerar consensos ao serviço de um multilateralismo efectivo. O Engº António Guterres é um profundo conhecedor do sistema das Nações Unidas, possui uma vasta experiência internacional e, no exercício dos cargos que ocupou, demonstrou forte capacidade reformista e permanente empenho na promoção da igualdade de género, com resultados concretos e duradouros".
A assembleia-geral da ONU anunciou que entre 12 e 14 de Abril se realizam as primeiras entrevistas aos candidatos à substituição do actual secretário-geral, Ban Ki-Moon, cujo mandato termina no final deste ano.
No processo participam as Nações Unidas, mas também, pela primeira vez, várias organizações não-governamentais e entidades da sociedade civil vão estar presentes para colocar questões e entrevistas os candidatos.
Apesar de o mandato de Ban Ki-Moon só terminar em Dezembro, o seu sucessor será oficialmente nomeado em Setembro durante as reuniões da assembleia-geral da ONU.