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Governo estima que indústria faça crescer economia acima dos 2% até 2020
O ministro da Economia disse esperar que a Estratégia de Fomento para a Indústria faça crescer economia cima dos 2% até 2020, através do aumento das exportações, da competitividade e do peso da construção civil.
Adiantando que são mais de 100 as medidas determinadas e calendarizadas até ao final da legislatura com a Estratégia de Fomento para a Indústria, com um horizonte de 2014-2020, António Pires de Lima declarou que o objectivo do Governo é ultrapassar "a bitola fixada pelos gabinetes da macroeconomia" nacionais e internacionais.
"Queremos que a economia portuguesa consolide os sinais de retoma que vamos sentindo, mas queremos sobretudo traçar um caminho que permita à economia portuguesa atirar-se a patamares de crescimento bastante superiores a 2%, regressando a uma trajectória que já não conhecemos desde os anos 1990", afirmou o ministro numa conferência da Ordem dos Engenheiros que decorreu hoje à tarde.
"Pelo menos de forma continuada, sustentável e sem provocar desequilíbrios nas contas públicas e na dívida que sejam insustentáveis que passem uma factura elevada às gerações que se seguem", acrescentou.
Entre os objectivos está o aumento do peso das exportações para "pelo menos 52% [do PIB] em 2020", fazendo com que "mais de 50% da riqueza seja criada em Portugal através da competitividade das empresas, isto é, através da exportação dos produtos e serviços".
Daqui a seis anos, o Governo espera 20% do peso da indústria na economia, chegar ao 'top cinco' da competitividade e aumentar, através do investimento, a capacidade de criar emprego, disse Pires de Lima.
Outro dos objectivos é potenciar o ensino técnico profissional e dual, que o ministro considerou ter sido "muito desvalorizado a partir do momento em que o país entrou em democracia".
"É uma utopia pensar-se que o país pode viver e financiar um sistema educativo em que as profissões técnicas não tenham um papel fundamental", disse, definindo como meta formar 200.000 alunos nestes cursos até 2020.
Por outro lado, com esta estratégia, Pires de Lima pretende que a área da investigação e desenvolvimento alcançasse "com rapidez" os 2% do PIB.
No discurso, o ministro abordou ainda a criação da Instituição Financeira de Desenvolvimento, que, sem poder dar detalhes por aguardar a autorização do Banco de Portugal, considerou que será "importante para a activação de instrumentos para a capitalização das pequenas e médias empresas".
"O desafio que temos para a reindustrialização passa pelo Estado, mas o papel principal é do sector privado. Empresas que não são suficientemente capitalizadas dificilmente podem dar resposta de forma sustentada" a este objectivo, considerou.
O governante indicou ainda que os fundos comunitários serão importantes para lançar algumas pequenas e médias empresas no país e afirmou que os projectos de ferrovia previstos no Plano Estratégico de Transportes "vão precisar dos instrumentos comunitários" ao alcance nacional.