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Governo pede aos partidos "que tanto choraram" que deixem as “falsas lágrimas” sobre o SNS e habitação

Ana Catarina Mendes reconheceu a dificuldade de resolver problemas da saúde e na habitação, mas pediu aos partidos que deixem "falsas lágrimas" sobre os serviços públicos. Direita acusa PS de desonestidade e "cambalhotas" orçamentais".

Miguel A. Lopes / Lusa
28 de Novembro de 2023 às 14:28
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Para encerrar a manhã de debate orçamental no Parlamento, Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, lembrou trabalho da geringonça na subida dos salários e reiterou que Governo não caiu pelas "escolhas políticas que fez". Perante as críticas, a ministra pediu aos partidos da oposição que se deixem de "falsas lágrimas" pelo SNS e habitação.

A ministra tinha ainda mais de 70 minutos disponíveis para a intervenção final em nome do Executivo (dos quais usou cerca de 15) começou por recordar os tempos de geringonça como um exemplo "capaz de dizer aos partidos à esquerda que era possível construir, em conjunto, com um conjunto de soluções para os portugueses". 

"Para nós, mais do que o poder pelo poder, [o importante] é que o poder possa ser exercido em função daquilo que são as soluções para os problemas estruturais do país e dos portugueses. E foi com isso que, com o PCP, com o PEV, com o Bloco de Esquerda, com o PAN, foi possível devolver às pessoas os seus salários cortados pela direita", acrescentou.

Ana Catarina Mendes fez um balanço do trabalho do Governo nos últimos anos e reiterou que o mesmo não cai pelas suas "opções políticas", nem "pelos resultados económicos e sociais que garantiu ao país". E fez um pedido à oposição: "deixemo-nos de falsas lágrimas ou de lágrimas de crocodilo" em relação à situação dos serviços públicos, destacando a saúde e a habitação.

Em defesa do SNS, a governante destacou o "aumento de 72% de investimento" nos últimos oito anos, mas reconheceu que "ainda há dificuldades" e que o Executivo continua "a trabalhar para ultrapassar essas dificuldades". "Mas não podemos dizer que o Serviço Nacional de Saúde não responda aos portugueses porque ele tem respondido aos portugueses com mais investimento e com mais profissionais", acrescentou.

Sobre a habitação, Ana Catarina Mendes pediu aos deputados "que tanto choraram pelas questões da habitação" que "não enganem os portugueses", porque a proposta orçamental apresentada pelo Governo conta com mais de mil milhões de euros para a políticas de habitaçãoe  apoio às rendas.

"Eu espero que as senhoras e os senhores deputados saibam que esse é um problema que nós temos e esse não é um problema desta bancada ou de qualquer outra bancada, é de todos da sociedade portuguesa resolver e dar as respostas para a habitação com dignidade", acrescentou.

Outra vez as "cambalhotas". PS diz que direita está em "estado de negação"

Ao longo do debate, antes da intervenção da ministra, oposição e o PS foram trocando acusações. À direita, o deputado social-democrata Hugo Carneiro acusou o Governo, como já tinha feito esta segunda-feira, de estar a operar "duas grandes cambalhotas neste orçamento por causa das eleições": o fim da subida do IUC e o aumento do período transitório para os residentes não habituais.  

Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva acusou os socialistas de serem "desonestos" e de se acharem os "donos disto tudo". "Os senhores não têm o monopólio da defesa dos serviços públicos. A diferença é que vocês acham que serviço público é serviço estatal e não, não é. É serviço ao público e pode ser prestado em algumas áreas pelo Estado e em outras pode ser prestado pelo privado e pelo social [...] Portanto, não seja desonesto", criticou.

Miguel Cabrita do PS disse que a direita estavam em "estado de negação" neste debate e que terminaram a discussão orçamental a "negar aquilo que sempre defenderam em nome de um eleitoralismo sem nome".

"Ver o PSD neste hemiciclo preocupado com as pensões, ver a Iniciativa Liberal a dizer que defende os serviços públicos é mais do que enternecedor, é um insulto à inteligência dos portugueses, já que eles sabem bem o que a direita pensa e o que a direita quis sempre fazer quando esteve no Governo", concluiu o deputado socialista.

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