Técnico superior num organismo público há mais de 30 anos, Pedro estava ainda longe da idade exigida para se poder aposentar. No ano passado, com o serviço onde trabalhava em reestruturação, fez as contas e solicitou a integração na mobilidade especial, com o intuito de pedir uma licença extraordinária.

Agora, enquanto espera pela reforma, está a receber 75% do salário bruto e trabalha no sector privado, o que lhe permite compensar o salário em falta.

Este caso relatado ao Negócios por um dirigente sindical não é isolado. Há cada vez mais funcionários públicos, nomeadamente os que têm mais anos de serviço e com qualificações, a pedir licença extraordinária.

Mas também os trabalhadores que actualmente têm licença sem vencimento e trabalham no sector privado estão aproveitar as compensações. Assim, ficam a receber uma parte do salário paga pelo Estado, que acumulam com o vencimento no privado.