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Funcionários do BCE acham que Trichet pisou o risco
Hora de despedida, hora de balanço: funcionários do BCE consideram que o presidente ultrapassou o mandato da instituição nos esforços para tentar travar a crise do euro. Mas acham que o fez por bons motivos.
![](http://www.jornaldenegocios.pt/images/2011_08/jeanclaudetrichetbce1not.jpg)
Coincidindo com a recta final do francês no BCE, o IPSO, sindicato que representa funcionários públicos europeus e internacionais, realizou um inquérito a um terço dos 1.500 trabalhadores da autoridade monetária europeia para sondar a opinião com que ficam do seu segundo presidente.
A maioria, 55,1%, é da opinião, porém, que as decisões tomadas pelo BCE para tentar travar a crise do euro violaram o mandato dado pelos Governos europeus ao banco central. Em causa estará a controversa decisão de comprar dívida pública no mercado secundário. Decisão que terá estado na base de duas dissidências alemãs: primeiro de Axel Weber, então governador do banco central alemão e que era considerado o sucessor natural de Trichet; e, mais recentemente, de Jürgen Stark, economista-chefe do BCE, que está demissionário.
Mas se a opinião maioritária é a de que o BCE pisou o risco dos Tratados europes, também maioritária (53%) é a opinião de que essa foi "a opção certa dadas as circunstâncias".
Já quando avaliam o seu desempenho interno, a nota é negativa: 54,6% acha que Trichet não deu seguimento concreto às repetidas declarações públicas de que “o melhor activo do BCE são os seus funcionários”.
Ainda assim, a avaliação global é positiva: somando os prós e os contras, 64,3% dá nota “boa” ou “excelente” ao francês que, em Novembro, é substituído na presidência do BCE pelo italiano Mario Draghi.