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Funcionários do BCE acham que Trichet pisou o risco

Hora de despedida, hora de balanço: funcionários do BCE consideram que o presidente ultrapassou o mandato da instituição nos esforços para tentar travar a crise do euro. Mas acham que o fez por bons motivos.

18 de Outubro de 2011 às 16:51
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Jean-Claude Trichet prepara-se para terminar o seu mandato de oito anos à frente do Banco Central Europeu (BCE) com nota positiva dos seus mais directos subordinados: os funcionários da própria instituição, com sede em Frankfurt.

Coincidindo com a recta final do francês no BCE, o IPSO, sindicato que representa funcionários públicos europeus e internacionais, realizou um inquérito a um terço dos 1.500 trabalhadores da autoridade monetária europeia para sondar a opinião com que ficam do seu segundo presidente.

Uma clara maioria, 70,8%, considera que Trichet promoveu a reputação externa do BCE e 75% acha que fez uma comunicação “clara e consistente com o mercado”.

A maioria, 55,1%, é da opinião, porém, que as decisões tomadas pelo BCE para tentar travar a crise do euro violaram o mandato dado pelos Governos europeus ao banco central. Em causa estará a controversa decisão de comprar dívida pública no mercado secundário. Decisão que terá estado na base de duas dissidências alemãs: primeiro de Axel Weber, então governador do banco central alemão e que era considerado o sucessor natural de Trichet; e, mais recentemente, de Jürgen Stark, economista-chefe do BCE, que está demissionário.

Mas se a opinião maioritária é a de que o BCE pisou o risco dos Tratados europes, também maioritária (53%) é a opinião de que essa foi "a opção certa dadas as circunstâncias".

Já quando avaliam o seu desempenho interno, a nota é negativa: 54,6% acha que Trichet não deu seguimento concreto às repetidas declarações públicas de que “o melhor activo do BCE são os seus funcionários”.

Ainda assim, a avaliação global é positiva: somando os prós e os contras, 64,3% dá nota “boa” ou “excelente” ao francês que, em Novembro, é substituído na presidência do BCE pelo italiano Mario Draghi.
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