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Freitas do Amaral prepara saída do Governo
Freitas do Amaral poderá estar a preparar a saída do Governo num prazo não muito longo. Ao que o «Correio da Manhã» apurou, o ministro dos Negócios Estrangeiros, descontente com a forma como decorreu a escolha do candidato presidencial do PS e com a previ
Freitas do Amaral poderá estar a preparar a saída do Governo num prazo não muito longo. Ao que o «Correio da Manhã» apurou, o ministro dos Negócios Estrangeiros, descontente com a forma como decorreu a escolha do candidato presidencial do PS e com a previsível limitação orçamental para o seu ministério em 2006, «há-de arranjar todo o tipo de subterfúgios para sair [do Executivo] por cima», nas palavras de um alto dirigente socialista.
Para já, Freitas do Amaral autorizou a colocação do seu ex-chefe de gabinete, José Augusto Duarte, na embaixada de Madrid, desde o dia 14 de Agosto. E, segundo garantem fontes ligadas ao meio diplomático, «o ministro podia impedir isso se quisesse, até porque ele [Augusto Duarte], enquanto chefe de gabinete, não estava a perder na [sua] carreira» diplomática.
Para a mesma fonte, citada pelo «Correio da Manhã», esta colocação «pode ser entendida como ele [Freitas do Amaral], na perspectiva de sair, colocar já o chefe de gabinete para o futuro». Isso «é o que se costuma fazer no fim do Governo», remata.
Outro sinal de que Freitas do Amaral considerará que «agora não está ali a fazer nada [no Executivo]», na expressão do alto dirigente socialista, é o artigo que o ministro escreveu na última edição da ‘Visão’, onde faz o balanço da sua actividade em seis meses. «Aquele artigo que ele escreveu na ‘Visão’ é um bocado estranho: aquilo é só querer demonstrar o trabalho que fez», frisa o alto dirigente do PS.
Fonte ligada ao meio diplomático reforça esta tese: «Não é normal um membro do Governo, ao fim de seis meses, escrever artigos a fazer um balanço sobre a sua actividade política, ainda por cima um ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros». Mais: «Quem tem alguma experiência de governar, percebe que isto é de alguém que se sente acossado e vê o seu perímetro de acção política limitado».