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França vai integrar valores do tráfico de droga nas contas do PIB

O Instituto de Estatística francês anunciou que decidiu integrar o tráfico de droga no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), o que pode levar a uma revisão em "alta ligeira" deste indicador.

Bloomberg
31 de Janeiro de 2018 às 00:14
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O Instituto Nacional [francês] de Estatística e Estudos Económicos (INSEE) anunciou em comunicado na terça-feira, 30 de Janeiro, que vai "considerar o consumo de estupefacientes e as actividades ligadas a este consumo no território nacional".

 

Esta consideração, feita "a pedido" do instituto europeu de estatística (Eurostat) e destinada a alinhar as estatísticas francesas com as "de outros países europeus", vai levar a "uma revisão em muito ligeira alta do nível do PIB", acrescentou o INSEE. 

 

"Trata-se de revisões marginais", avançou o director do departamento de contas nacionais do Instituto, Ronan Mahieu, à AFP, evocando o número de "alguns milhares de milhões" de euros a somar ao PIB francês. "Isto não vai influenciar o número do crescimento" em 2017, estimou.

 

A decisão do INSEE segue-se a um longo debate lançado pelo Eurostat em 2013. A agência estatística europeia tinha então solicitado aos Estados membros que integrassem o tráfico de droga e a prostituição nas suas estatísticas nacionais, estimando que se tratavam de transacções comerciais consentidas livremente.

 

O objectivo era harmonizar os dados fornecidos pelos países europeus, uma vez que estas actividades são consideradas legais em alguns Estados, como os Países Baixos, o que aumenta o seu PIB, e ilegais em outros.

 

No seguimento do pedido do Eurostat, vários países decidiram integrar estas novas normas. Este novo sistema de contas traduziu-se, sempre que era aplicado, na revisão em alta do valor do PIB.

 

O INSEE, por seu lado, tinha aceite considerar as receitas geradas no tráfico de droga no 'rendimento nacional bruto', destinado principalmente a determinar a contribuição da França para o orçamento da União Europeia, mas não no PIB, medida que domina o debate público. 

 

Este organismo público tinha, entretanto, recusado contabilizar a prostituição organizada em redes, estimando que o consentimento as prostitutas "provavelmente não se verifica". A este propósito, indicou Mahieu, a posição do INSEE mantém-se.

Por cá, o Instituto Nacional de Estatística (INE) contabilizava já, nas suas análises às contas portuguesas, a chamada 'economia não observada', que incluía actividades não declaradas (ilegais ou legais) – mas passou a contabilizar a prostituição, droga e contrabando prevista no novo Sistema Europeu de Contas (SEC2010).

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